Peer-to-peer payments: como o P2P afeta a indústria de meios de pagamento

Publicado em 28 ago 2019.

Tempo de leitura 5 minutos de leitura

Qual o verdadeiro impacto do peer-to-peer na indústria de meios de pagamento e como ele pode impulsionar os negócios?

Há algum tempo, falar sobre uma transação mobile payment era como descrever um filme futurista. Mas o futuro chegou, e a modalidade de pagamento móvel é uma realidade na vida de muitos brasileiros, ganhando cada vez mais confiança e credibilidade.

Agora o assunto do momento são formas de pagamentos instantâneos, como o peer-to-peer, ou P2P payments. Trata-se da transmissão eletrônica de valores por meio de um dispositivo móvel, onde a transação financeira e a disponibilidade de fundos acontecem em tempo real, 24/7 – incluindo finais de semana e feriados.

Enquanto em um mobile payment “tradicional” as instituições bancárias fazem a conexão de um usuário a um estabelecimento comercial, o princípio do pagamento P2P é conectar um usuário a outro por meio de um aplicativo ou sistema comum, independente dos bancos ou bandeiras de cartões que esses usuários utilizam.

E o Brasil está se preparando para essa realidade. O Banco Central criou um Grupo de Trabalho (GT) envolvendo mais de 90 instituições, a fim de desenvolver um modelo e uma estrutura operacional que se enquadre no cenário brasileiro, oferecendo segurança, disponibilidade imediata do montante e interoperabilidade entre diferentes arranjos de pagamento.

Presentes nesse GT estão: Abecs (Associação Brasileira de Cartões de Crédito), Febraban (Federação Brasileira de Bancos), emissoras, credenciadoras, bandeiras de cartões e outras instituições de pagamento. Tudo isso para criar um formato que conecte todos os pontos do processo e que seja complementar e não excludente às formas tradicionais de realizar transações.

O objetivo do BC é estabelecer um universo de pagamentos formados por múltiplas soluções, para que o consumidor possa escolher aquelas que mais se adequam a seus hábitos e necessidades.

Essa movimentação faz parte de um conjunto de medidas do BC para reduzir a circulação de dinheiro em papel e moeda, reduzir as tarifas bancárias e ainda fomentar a entrada de novos players em um mercado bastante verticalizado, com apenas grandes bancos atuando em todas as etapas.

 

Como a tecnologia peer-to-peer pode ajudar a desenvolver negócios?

As tecnologias P2P tornam possível enviar dinheiro instantaneamente para alguém por meio de aplicativos intuitivos e que já fazem parte do dia a dia das pessoas, sem a necessidade de deslocamento até bancos ou pagamento de altas taxas de transações.

Ou seja, viabiliza a transação entre o cliente que possui uma conta no banco A e cartão bandeirado B; para outro que usa o banco Y e cartão Z. Com o P2P podemos também ir mais além, ao possibilitar a transferência de fundos até entre pessoas desbancarizadas.

As transferências internacionais entre cartões também são possíveis, uma vez que o peer-to-peer derruba as barreiras geográficas. O Visa Direct, por exemplo, que já está disponível em mais de 30 países, deve chegar ao Brasil em breve – um dos objetivos da parceria entre a Visa e a Dock é justamente promover a expansão dos push payments com Visa Direct.

No exterior, outras iniciativas P2P também já conquistaram seu espaço, como o Mastercard Send e o Venmo que, apesar de ter a funcionalidade de integração com a conta bancária do usuário, não necessita da interação com instituições financeiras para funcionar e permite que as transações sejam feitas somente dentro do aplicativo.

Ter essa facilidade na palma da sua mão, a qualquer momento, com a mesma segurança de um cartão, pode criar novos hábitos de consumo e consequentemente abrir novos mercados. Essa inclusão financeira é transformadora, especialmente em um país como o Brasil, que tem hoje mais de um smartphone ativo por habitante (de acordo com números recentes divulgados pela FGV-SP).

Segundo dados da Abecs, os meios de pagamentos eletrônicos já estão presentes em 34% do consumo das famílias. A previsão é de que esse número cresça à medida que os meios de pagamento instantâneos tomarem forma e ganharem a confiança dos brasileiros.

Além dos pagamentos entre pessoas, também será possível realizar transferências de pessoas para estabelecimentos (P2B) e até entre estabelecimentos (B2B). Isso traz praticidade para pequenas ou grandes transações entre amigos, clientes e fornecedores, e incentiva o consumo de produtos e serviços, que não fosse essa comodidade poderiam deixar de acontecer.

Se você ainda tem dúvidas sobre a importância do pagamento peer-to-peer, acredite: com tecnologia, segurança e sem ameaçar as formas tradicionais de pagamentos, ele veio para transformar a indústria de meios de pagamento!

 

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