“Conductor e Muxi estão convergindo em velocidade acelerada” | Entrevista com André Cariús, CEO da Muxi

Publicado em 31 ago 2020.

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Em julho, anunciamos que duas jornadas de sucesso se conectaram, com a chegada da Muxi à Conductor. A união faz parte das iniciativas para expandir nossa oferta de produtos e serviços em toda a cadeia de meios de pagamento no Brasil e também acelerar nossa expansão internacional.

A Muxi, que é a principal provedora de soluções tecnológicas para captura de transações em pontos de venda e comércio eletrônico na América Latina, somou ao nosso time mais de 130 profissionais apaixonados pela transformação que proporcionam a esse mercado.

Uma dessas pessoas é o CEO da empresa, o André Cariús, que, com muita empolgação por esse primeiro mês de parceria, conversou com nosso time nessa entrevista. Confira!

André, nos conta um pouco sobre a sua carreira até chegar ao cargo de CEO da Muxi?

Resumindo uma carreira de 25 anos, comecei a trabalhar como desenvolvedor em 1993 e, durante algum tempo, como nerd e apaixonado por tecnologia que sou, fiquei nessa frente, só tirando totalmente as mãos do código em 2013. E como comecei a atuar muito cedo em desenvolvimento de software, a liderança de equipes também aconteceu muito cedo: com 18 anos, já liderava um time de 16 pessoas. 

Com o tempo, comecei uma carreira mais empreendedora. Vivi algo muito legal, que foi o nascimento da VTEX, empresa hoje investida pela Riverwood Capital, assim como a Conductor. Lá fui CEO do braço de tecnologia que criamos na época e tive minha primeira experiência com meios de pagamento, uma época (por volta dos anos 2000) em que os gateways de pagamento eram “implementados na mão”, sem uma estrutura mais sofisticada de APIs.

Saí da VTEX para empreender, sendo fundador e CEO da Donsoft durante 7 anos e, após esse período, fui convidado a passar uma jornada no mercado financeiro. Comecei como Head de Tecnologia na Ágora e fiquei lá até 2009, quando a empresa foi adquirida pelo Bradesco. 

O próximo passo foi em um banco de investimentos que ajudei os fundadores a criarem do zero, o Banco Brasil Plural, do qual também fui sócio. Trabalhei lá por quase 6 anos, período em que também tive o prazer de ser o sócio responsável pela área de Gente, que é um assunto que adoro.

Depois me tornei sócio da Bozano Investimentos, que tinha entre seus acionistas alguns sócios da Muxi, que sempre falavam que a empresa tinha tudo a ver comigo!

Ao longo dos 4 anos em que estou lá, fizemos uma mudança cultural na Muxi, deixamos de ser orientados a projetos para sermos mais orientados a produtos, com uma gestão de equipes baseada em metodologias ágeis. 

No final de 2019, assumi o papel de CEO e o nosso principal desafio era o fato de termos uma empresa muito incrível e muito relevante em tecnologia, mas sem crescimento relevante nos últimos anos. Havia – e ainda há – um trabalho forte a ser feito nas estruturas de distribuição e produtos. Agora, a união com a Conductor nos traz capacidade de tomada de decisão acelerada e apetite comercial para crescermos nestas frentes.

Como foi a recepção do time da Muxi a esta união?

Sempre busquei aprender sobre como levar times criativos para o resultado, sobre como fazê-los se interessarem pelo negócio e pelo seu propósito. Acredito imensamente que isso aconteça com uma cultura de transparência, na qual compartilhamos objetivos e resultados alcançados constantemente.

Foi isso que levamos para a Muxi, inspirado em bons exemplos de empresas como Netflix, Apple, VMware, e foi isso que buscamos nesse momento de transição. Como em qualquer aquisição, havia a preocupação de uma pequena parcela sobre sinergia de funções, por exemplo. Sabemos disso pois abrimos espaço para todos expressarem suas dúvidas com sinceridade, o que foi muito bem recebido.  

Para esse ponto específico, falamos que, naturalmente, isso poderia ocorrer em poucos casos, mas dado o tamanho dos nossos desafios e necessidades de agora e futuras, o que tende a ocorrer é que alguém que desempenhava uma atividade na Muxi que seja sinérgica neste sentido, passe a desempenhá-la no grupo em escopo ainda maior.

Então, nesse primeiro mês, o feedback da equipe tem sido excelente. Principalmente porque todos sabem do potencial dos nossos produtos, do quanto eles trazem economia, velocidade e resultados para os clientes. Com este novo momento, estaremos presentes em mais clientes, que colherão mais resultados e nos permitirão também desenvolver produtos melhores, à partir de cada desafio adicional que surgir.

Ajudou, ainda, que sentimos uma energia muito positiva na receptividade da equipe da Conductor. Fomos recebidos como em uma família, desde as primeiras conversas. Isso foi um diferencial.

E a reação dos clientes e do mercado, também tem sido positiva?

Foi excelente, todos clientes receberam com muita positividade o que aconteceu! E isso tem gerado boas oportunidades também, tanto os clientes da carteira da Muxi quanto os da Conductor vêm demonstrando interesse nas soluções possibilitadas por essa união, agora que somos um único grupo. 

Da mesma forma, nossos clientes internacionais já elogiaram a aquisição e a completude de serviços possibilitada por ela. Portas novas estão se abrindo para os dois lados, que agora são um só, com esse novo momento!

Do ponto de vista comercial, então, a união já trouxe novos clientes para a Muxi e para a Conductor?

Mesmo antes de sermos oficialmente do mesmo grupo, já estávamos em um processo que durou alguns meses e resultou em uma operação que acaba de ser confirmada, um negócio fechado por Muxi e Conductor. 

Também já temos cerca de 10 oportunidades em negociação, portanto, as perspectivas são muito positivas!

Para nós, na Muxi, o sentimento é de que agora temos uma estratégia comercial vencedora. Já tínhamos um produto muito bom e, com as ambições e o ritmo de crescimento da Conductor, enxergamos que nosso sonho grande passa a ser ainda maior!

O que já evoluiu do ponto de vista de modelo de gestão e negócios? Como as empresas estão convergindo?

Ao longo desse primeiro mês estamos convergindo muito rápido em relação ao modelo de gestão e à velocidade de tomada de decisão. 

Também estamos com uma velocidade muito acima da expectativa por ver que os clientes se empolgaram com essa oferta mais completa que o grupo agora oferece. Temos muitos novos entrantes no mercado de pagamentos que querem sua solução completa. Querem o que a Muxi tem em solução de captura, o que a Dock faz em digital banking, o que a Conductor é capaz de fazer em termos de processamento.

Apesar da pandemia de Covid-19 e de como isso afetou nossos clientes que são varejistas ou oferecem soluções para o setor, o apetite para resolver problemas existe. Seja nosso como provedores de soluções, seja do cliente com o objetivo de resolver um problema para o cliente direto dele. 

E em desenvolvimento tecnológico, quais são os próximos passos?

Já começamos a trabalhar na integração tecnológica para uma oferta de produto importante, que é o muxiPay, com outras soluções Conductor. Temos ambições grandes para oferecer um serviço de processamento de adquirência que inclui essa integração, o que ainda deve demorar algum tempo para ser entregue. Nossos times de vendas e produto, entretanto, vão colher cada vez mais resultados ao longo dos próximos meses com essa nossa união. 

Além do muxiPay, temos um passo muito importante que é levar o POSWEB de forma mais massiva para os dispositivos Android. Essa é nossa plataforma universal de desenvolvimento omnichannel para quaisquer dispositivo de captura – dos POS tradicionais aos dispositivos IoT – e tem um potencial relevante para utilização global, assim como o muxiPLACE, que é o nosso device management system. Agora precisamos ganhar market share, seguindo nosso objetivo nesta vertical e permitir que outros colham os benefícios destes dois produtos.

Para encerrar, o que você enxerga como transformação para o mercado a partir da união entre as duas empresas?

A nossa visão é viabilizar payments para qualquer business que queira estar neste ecossistema. Temos produtos que são realmente capazes de fazer isso para diferentes perfis de mercado, para diversas tecnologias, para várias formas de pagamento. Não importa se a pessoa está pagando com um cartão de crédito ou débito, com um cartão private label, pelo PIX ou com uma criptomoeda.

Nós, agora como “grupo” Conductor, com as tecnologias de captura da Muxi, permitimos que isso aconteça. E é isso que nós perseguimos.    

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