Invisible banking: as finanças invisíveis são mais do que uma tendência ‘futurista’

Publicado em 10 dez 2021.

Tempo de leitura 10 minutos de leitura

Imagine a possibilidade de fazer transações financeiras e tomar decisões sobre dinheiro de forma orgânica, sem precisar buscar ativamente recursos, ferramentas e informações para agir. Imaginou? Pois saiba que essa possibilidade já é uma tendência que vem ganhando mais e mais adeptos a cada dia. Estamos falando do invisible banking.

A ideia de serviços bancários invisíveis que utilizam recursos como IoT e Inteligência Artificial pode parecer um pouco futurista, mas a verdade é que eles já fazem parte de muitas soluções disponíveis para utilização dos usuários. E, de forma cada vez mais acelerada, se confirmam como uma realidade do mercado de pagamentos e banking. Quer saber mais? Neste artigo vamos apresentar a definição desse conceito, vantagens e exemplos. Confira!

 

Afinal, o que é invisible banking?

O invisible banking é, de forma muita resumida, a utilização de serviços financeiros por meio de recursos e ferramentas que já estão tão incorporados em nosso dia a dia, de forma que seu uso chega a passar desapercebido. Para isso, utilizam-se recursos de inteligência artificial, interface de vozes, redes 5G e IoT, a “internet das coisas”.

Os dados coletados por essas ferramentas ajudam a prever necessidades que possam surgir na trajetória do usuário — por exemplo, a possibilidade de contratar um seguro de viagem quando os dados de geolocalização acusam que ele está em um local diferente ou a oferta de um empréstimo com condições competitivas caso uma compra tenha valor superior ao disponível na conta corrente do cliente.

Todos esses processos acontecem de forma aparentemente orgânica, sem que o usuário precise necessariamente abrir o aplicativo do banco e buscar um serviço específico.

Além disso, as soluções de invisible banking estão fortemente presentes em serviços de empresas que não atuam diretamente no setor financeiro, como os serviços de delivery ou transporte que já fazem parte da nossa rotina e possuem funções agregadas relacionadas a pagamentos.

Em outras palavras, o invisible banking está diretamente conectado com o fenômeno de embedded finance, ou “finanças embutidas”, além de ter como base as inovações trazidas pela lógica do banking as a service (BaaS). Nesse processo, todo mundo sai ganhando: o cliente tem menos atrito em suas transações, e os emissores podem incorporar uma gama ainda maior de produtos e serviços a serem contratados em uma única ação.

 

Invisible banking é o caminho para transações mais orgânicas

O invisible banking, como falamos, é resultado da conexão de várias tecnologias inovadoras desenvolvidas recentemente e impulsionadas principalmente pela necessidade e conveniência de realizarmos transações sem contato físico ou deslocamentos (uma transformação que foi acelerada pela pandemia do covid-19). Assim, fica fácil perceber por que ele é apontado como uma das tendências mais promissoras no mercado de pagamentos e banking.

A principal revolução neste movimento é embeddar (ou incorporar) serviços financeiros a outros aplicativos. E aqui cabe a distinção: embeddar é bem diferente de esconder! O que realmente acontece é uma integração tão orgânica entre instituições de pagamento e os serviços oferecidos nas mais diversas plataformas, que nos dá a impressão de que a transação está sendo realizada pelo próprio provedor do serviço, e não pelo banco.

Esse é o principal motivo que nos leva a dizer que o que o invisible banking propõe são transações sem fricção e com melhor experiência para os usuários, além de expansão das oportunidades para instituições de pagamento ou outros tipos de negócio onde as finanças podem ser embutidas nas operações já existentes.

 

Invisible banking: personalização e relevância

As palavras-chave mais relevantes para compreender a empolgação com os recursos do invisible banking são “personalização” e “relevância”.

Ambas dizem respeito ao uso que é feito dos dados coletados por todos os sites e aplicativos que utilizamos cotidianamente: o compartilhamento que bancos, fintechs e empresas fazem das informações sobre seus usuários tem como o resultado a oferta de opções personalizadas que atendem às mais diversas necessidades e circunstâncias.

No entanto, o acesso que essas companhias têm às informações de seus consumidores acaba criando muitas reticências por parte dos usuários — afinal, é mesmo estranho que instituições financeiras tão incorporadas ao nosso dia a dia a ponto de se tornarem “invisíveis” saibam tanto sobre nós. E é aí que a relevância aparece para aliviar esse desconforto: é esse o fator que trabalha a experiência do usuário para que o resultado seja exatamente o que o consumidor espera.

Quanto mais os usuários usam esses serviços, mais informações ficam disponíveis para bancos e fintechs, e mais eles conseguem reduzir a fricção de transações diárias e personalizar a experiência para engajar o cliente.

Neste sentido, a personalização surge também como um importante direcionamento para a construção de brand value e competitividade no mercado de pagamentos. Algo que irá evoluir ainda mais com a implementação do Open Finance, que permitirá o compartilhamento de informações dos consumidores por provedores de serviços financeiros ou não por meio de APIs. Assim, é previsto que os usuários poderão usar uma única interface para acessar produtos e serviços de uma infinidade de players — o que, sem dúvidas, irá movimentar todo o mercado!

 

As 4 tendências para invisible banking

Que o invisible banking chegou para ficar já está claro, resta agora saber onde vamos encontrá-lo. A resposta? Em todos os cantos! Ao menos é essa a previsão do American Banker, que listou as quatro principais tendências deste fenômeno que já começam a impactar o mercado de pagamentos e estão fazendo os players da área acelerarem a busca por tecnologia que ampare o volume de transações possíveis:

Internet of things

Com a gradual substituição de cartões e celulares por wearables e recursos de biometria, a expectativa é que os pagamentos se tornem ainda mais orgânicos, utilizando reconhecimento facial ou simples toques em smartwhatches. A projeção é que, até 2025, o número de equipamentos conectados à internet triplique, ultrapassando a casa dos 75 bilhões nos próximos anos e movimentando um mercado trilionário.

A tendência é nos depararmos com mais opções smart que realizem pagamentos de forma autônoma, sem o comando do usuário — em carros, por exemplo, o abastecimento do tanque pode ser pago automaticamente assim que o motorista deixar o perímetro do posto de gasolina.

 

Voice banking

Se hoje já começamos o dia perguntando à Siri ou à Alexa se vai chover, em breve pediremos às assistentes virtuais para que mantenham nossas contas em dia, façam empréstimos e realizem outras transações apenas utilizando nossa voz. A tendência é que os diferentes sistemas operacionais tornem-se intercambiáveis, trabalhando em uma base aberta integrada a IoT.

 

Saúde financeira

Recursos de gestão de finanças pessoais também embarcarão no futuro próximo. Isso porque a facilidade de realizar transações com equipamentos smart e plataformas e apps integrados pode acelerar a velocidade com que usuários gastam dinheiro se não houver mecanismos para obter informações sobre finanças que sejam igualmente descomplicados e velozes.

Para isso aplicativos lançam mão de recursos visuais como gráficos, código de cores e sinais de alerta para que seja fácil identificar onde e como a maior parte do dinheiro de cada usuário está sendo gasto. Não se trata aqui de utilizar categorizações, como já acontece em muitas plataformas de internet banking, e sim de apresentar ferramentas para mudança de hábitos totalmente personalizáveis.

Um exemplo: o usuário sinaliza que quer fazer uma viagem no fim do ano, e o banco automaticamente transfere dinheiro da conta do usuário para uma poupança dedicada exclusivamente para esse fim, tomando o padrão de gastos e a renda média do consumidor.

Mais um exemplo dessa tendência de invisible banking: partindo das informações sobre como o usuário se organiza com suas dívidas, o banco sugere a melhor opção no ato da compra, seja indicando o melhor método de pagamento ou o número de parcelas que se encaixa melhor no orçamento daquele consumidor.

 

Banking as a service, APIs e parcerias com fintechs

Se no passado os bancos eram os únicos a oferecer soluções financeiras, hoje temos um mercado muito mais dinâmico e aberto à participação de diferentes players (inclusive em colaboração com instituições tradicionais).

Do ponto de vista tecnológico, isso é possível graças aos modelos “as a service” e à chamada API Economy , motores que aceleram a transformação ao facilitar o desenvolvimento de serviços financeiros por meio de plataformas modulares.

 

Veja também: Embedded Finance – Transformando Negócios e a Vida das Pessoas

Assista ao painel do FID21, com Bruno Diniz, Fred Amaral e Danylo Martins.

 

Dock: decodificamos a infraestrutura por trás do invisible banking

Ao longo da nossa história, evoluímos para nos tornarmos a única plataforma que oferece soluções para todo o ecossistema de pagamentos e banking. Por meio dos nossos pilares de Banking, Emissão e Processamento de Cartões e Adquirência, temos permitido que empresas de diversos segmentos possam participar do mercado de pagamentos e banking e possam destravar o potencial de seus negócios.

Com isso, estamos criando também as condições para que nossos clientes possam participar das transformações relacionadas ao invisible banking!

 

Resumo: invisible banking

  • O invisible banking é um dos fenômenos mais promissores dentre os que estão transformando o mercado de pagamentos e banking, permitindo que os serviços financeiros sejam contratados de forma cada vez mais orgânica e “invisível”;
  • A evolução do invisible banking é impulsionada pelo avanço de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial e 5g; além de transformações no comportamento dos usuários que demandam soluções mais simples e incorporadas às suas rotinas;
  • O fenômeno de embedded finance está correlacionado ao avanço do invisible banking, afinal, é por meio dele que empresas de diferentes segmentos (como apps de delivery, por exemplo), embarcam finanças em soluções já existentes.

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