Dock chega ao México e acelera internacionalização | Entrevista com Anderson Olivares
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O nosso processo de internacionalização não é novidade para quem nos acompanha, uma vez que desde o ano passado já divulgamos nossos esforços para expansão, com foco principal na América Latina.
Agora, em 2021, ficamos felizes em contar que esse movimento continua – e mais forte do que nunca: chegamos ao México, onde estamos abrindo nosso primeiro escritório internacional para ajudar a impulsionar a evolução do mercado de meios de pagamento no país.
Anderson Olivares, que ocupava a função de Diretor de Negócios Latam na Dock, assumiu o papel de Country Manager no México e lidera essa expansão. Por isso, para contar em detalhes a chegada no país, conversamos com ele para a entrevista que você confere abaixo!
1. Recentemente, a Dock anunciou a chegada ao México, com você liderando a operação como Country Manager. Qual é o objetivo dessa expansão para o país?
Esse movimento faz parte de um plano de internacionalização que estruturamos na companhia há cerca de dois anos e, pouco a pouco, estamos implementando.
Já temos operações de clientes em andamento na Colômbia e no Peru e em fase inicial no México e Equador. Com essas experiências e a partir de avaliações dos diferentes mercados na América Latina, consideramos o México como uma grande potência para alavancar nosso modelo de negócio.
No Brasil, temos uma solução que atende empresas de diversos segmentos e portes – desde uma startup iniciante na indústria de meios de pagamento até uma grande instituição financeira. É justamente essa capacidade tecnológica de oferecer módulos em meios de pagamento que motivou que a gente fizesse esse primeiro movimento aqui no mercado mexicano.
2. E quais fatores foram decisivos para a escolha do México?
O principal motivador dessa estratégia é contribuir para a democratização da tecnologia em meios de pagamento e a inclusão financeira neste país. Hoje, segundo a Associação de Bancos do México (ABM), 53% dos adultos não possuem conta bancária e 70% não têm acesso ao crédito.
Neste sentido, é importante fazer uma comparação com o mercado brasileiro. Justamente porque nele já vivemos essa expansão, com a entrada de novos players no sistema financeiro, a diversificação de soluções e uma aceleração nesse processo inclusivo.
Olhando esse movimento, acompanhando também a evolução do mercado internacional, percebemos que o México é um mercado muito especial para esse objetivo que temos na companhia de tornar a tecnologia para desenvolvimento de soluções financeiras mais acessível. Os desafios são muito semelhantes aos brasileiros e isso caminha junto com o que oferecemos e potencializamos em novos negócios.
O mais interessante desse posicionamento é que nós não temos uma oferta de prateleira, mas sim uma oferta muito ampla, onde cada player, de acordo com seu ponto de maturidade e estratégia de inserção no mercado, consegue utilizar peças dessa solução para se aproximar e digitalizar a operação dos seus clientes. Então, em resumo, acreditamos muito nesse processo de inclusão financeira em que facilitamos a criação de novos meios digitais de pagamento ao apoiar os negócios seja em qual estágio estiverem.
3. Quais soluções Dock serão foco nesse início de operação no México?
A grande diferença desta operação em relação aos 20 anos de atuação da companhia no mercado brasileiro é que, no Brasil, começamos em um segmento específico, com um produto foco. E, ao longo do tempo, expandimos essa estratégia.
Hoje, a Dock tem uma solução ponta a ponta, oferecendo em nossa plataforma serviços de processamento de meios de pagamento, processamento de adquirência e captura, Banking as a Service e prevenção a fraudes – além de diversas features e interfaces para complementar essas operações.
Como temos essa oferta já muito amadurecida no mercado brasileiro, chegamos em outros mercados muito mais fortes. Ao invés de entrarmos com um único produto, chegamos com toda nossa oferta e todo potencial da plataforma e, assim, o mercado absorve aquilo que for mais importante e relevante para aquele momento de operação.
Nós chegamos ao México com uma flexibilidade muito grande, e é isso que faz com que a gente acredite ainda mais nesse movimento tão forte de oportunidades na internacionalização.
4. Quais desafios principais você enxerga nesse momento para esse mercado?
Chegando em uma nova região, existem dois desafios principais: a primeira são as questões legais e regulatórias e, a segunda, a cultura local.
Em relação aos aspectos culturais, há um ponto interessante que faz parte desse momento que estamos vivendo. Adotamos na companhia o Anywhere Office – ou seja, nosso time pode trabalhar de onde quiser, seja o home office, um coworking ou nossos escritórios.
No Brasil, é muito claro que não temos mais a necessidade de “voltar ao escritório” no modelo que tínhamos antes. Sabendo disso, as pessoas perguntam: “Se a empresa tem essa bandeira do Anywhere Office, por que então a necessidade de entrar com um time para trabalhar localmente no México?”
O ponto é que a nossa oferta é sempre uma relação B2B2C. Ou seja, oferecemos tecnologia e serviços para empresas – uma relação B2B. E os nossos clientes atendem os portadores dos cartões e credenciam os estabelecimentos no mercado. Sendo assim, é nosso papel entender essa tecnologia que chega na ponta, no cliente de nosso cliente.
Temos essa missão de entendimento de negócios, de produto, de posicionamento, de qual a melhor solução para cada cliente. E isso só conseguimos chegando próximo da operação na ponta. É muito comum que a gente visite o nosso cliente, visite uma loja, um varejista, um banco, para entender o que ele está ofertando. Neste sentido, torna-se essencial estar fisicamente no México para poder compreender todas as questões culturais que se relacionam às nossas soluções.
Naturalmente, nem todos os colaboradores que estarão alocados no projeto, estarão fisicamente neste país. É possível que a gente crie equipes estratégicas que atendam do Brasil e de outras partes do mundo, formando o time que vai evoluir nossa solução e adequação comercial no mercado mexicano.
5. No Brasil, a Dock já se consolidou como plataforma líder em meios de pagamento e Banking as a Service. Quais os aprendizados do mercado brasileiro podem ser levados agora para o México?
Nas nossas primeiras operações fora do país, já percebemos e tivemos feedback de alguns clientes de que o mercado brasileiro é referência em instituições financeiras, em agendas de inovação do Banco Central e em novos meios de pagamento para os demais países da América Latina.
Comparando os diferentes mercados, podemos ver que o Brasil está à frente em temas como novas tecnologias, bancarização, pagamentos instantâneos, Open Banking, entre outros. E que outros países da região estão passando por momentos que aqui já vivemos, mas com a América Latina como um todo buscando ser mais competitiva e inovar no setor.
Com esse movimento da Dock, queremos contribuir para alavancar esse tipo de evolução, acelerando o processo de inclusão financeira e de digitalização dos meios de pagamento, aproveitando o que já temos como expertise e vemos como soluções cotidianas no Brasil.
6. E quais são os próximos passos para a operação da Dock no México e em outros países?
Falando de ecossistema e parcerias estratégicas, já temos uma boa relação com a indústria de meios de pagamento no México, com conversas muito avançadas.
E, vale lembrar, este não é o início da nossa internacionalização. Entramos no mercado mexicano com uma experiência muito grande e um trabalho iniciado a partir do Brasil. O ponto máximo dessa chegada ao país é justamente acelerar o movimento.
Já temos um escritório no México fruto da aquisição da Muxi em 2020, que ajustamos para nossa oferta. Também temos parceiros globais que nos atendem no Brasil e que têm interesse em acompanhar o movimento em outros países. E, no pano de fundo de tudo isso, esse é um movimento no México que não é isoladamente o único movimento internacional que a Dock está investindo.
Existem conversas muito avançadas para que a gente percorra um caminho semelhante com operações em outros países da América Latina, na Europa, nos Estados Unidos.
Tem algo muito grande acontecendo, um trabalho muito responsável sendo realizado, justamente para impulsionar essa presença global da Dock.
8. Os clientes brasileiros poderão oferecer suas soluções no mercado mexicano?
Resumindo, nosso modelo de oferta de soluções é via APIs, seja no Brasil ou em outras regiões.
O que muda quando você lança uma operação internacional é que ela precisa atender a regulamentação local. Um cliente que quiser expandir operações para o México, por exemplo, vai abrir um novo produto e precisa regulamentá-lo. Ou seja, o processo de tecnologia é o mesmo, o que muda é o arcabouço local.
Como muitos dos nossos clientes que atuam no Brasil já atuam fora, eles possuem essa musculatura regulatória presente em sua operação. Assim, é muito mais fácil utilizar a nossa tecnologia e lançar uma solução internacional.
9. Quais os benefícios para os clientes e futuros clientes da Dock com esse movimento de internacionalização da empresa?
Para nossos atuais clientes, já existe um convite: se houver uma estratégia de expandir seus negócios para outras regiões, venham com a gente! Porque estaremos prontos para oferecer a mesma tecnologia de sucesso que tivemos no Brasil, em outras regiões.
Além dessa oportunidade de expansão de operações, nossos clientes também vão se beneficiar com os aprendizados que teremos nos outros mercados. Naturalmente, a gente vai importar e trazer para nosso negócio essa experiência de potencializar negócios cada vez mais.
No final, o nosso grande desejo, é ser uma plataforma aberta, extremamente distribuída em microsserviços e que cada cliente seja capaz de selecionar nesse grande leque de produtos, o que atende a jornada dele naquele momento.
Só vejo benefícios nesse movimento e espero que todos os clientes que estão com a gente hoje entendam que todo esse investimento e esse comprometimento que fazemos hoje na nossa companhia é justamente para atender mais e melhor!
Esse é apenas o início da nossa jornada!
Nosso objetivo é decodificar o universo financeiro, criando experiências mais simples e orgânicas para impulsionar negócios. Sem dúvidas, uma demanda que ultrapassa as fronteiras do Brasil.
Após 20 anos de operações aqui, ficamos felizes em compartilhar esse passo importante com a chegada ao México. E esperamos em breve contar o que mais vem por aí!
Nossa chegada ao México: o que você viu nessa entrevista?
- A chegada da Dock ao México faz parte de um processo de internacionalização da companhia iniciado há cerca de 2 anos. Agora, o objetivo é acelerar a presença na América Latina e outras regiões;
- Anderson Olivares, que ocupava a função de Diretor Executivo Latam, será o Country Manager da Dock no México para liderar a expansão para esse país;
- Hoje, segundo a Associação de Bancos do México (ABM), 53% dos adultos não possuem conta bancária e 70% não têm acesso ao crédito. Por isso, o principal motivador da estratégia é contribuir para a democratização da tecnologia em meios de pagamento do país;
- A empresa chega ao México com todo seu portfólio de soluções: plataforma serviços de processamento de meios de pagamento, processamento de adquirência e captura, Banking as a Service e prevenção a fraudes – além de diversas features e interfaces para complementar essas operações.
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