Cibersegurança se torna grande prioridade para provedores de serviços financeiros no contexto atual
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Ligações falsas solicitando dados bancários, mensagens de texto com cobranças inexistentes e clonagem de cartões de crédito. Esses são alguns exemplos dos mais de 2 mil golpes financeiros que são realizados a cada minuto no Brasil, de acordo com dados do Banco Central. Ao mesmo tempo em que a tecnologia avança e traz inúmeras facilidades para os usuários, ela também impõe grandes desafios de cibersegurança para bancos, fintechs e empresas que oferecem serviços financeiros.
A preocupação com ataques cibernéticos no setor financeiro não é uma exclusividade do Brasil. Trata-se de um movimento global – e diversos agentes do ecossistema bancário têm investido cada vez mais recursos para blindar seus sistemas de potenciais fraudes. Isso porque os riscos e prejuízos envolvidos em golpes e fraudes possuem uma ordem de grandeza enorme. Segundo a IBM, o custo médio de uma violação de dados, por exemplo, aumentou 15% desde 2020, chegando a US$ 4,45 milhões em 2023.
Para além de evitar despesas indesejadas, a necessidade de um sistema robusto contra fraudes e ataques cibernéticos também é uma forma de garantir a segurança dos dados e do patrimônio financeiro dos clientes.
Em um contexto no qual existem cada vez mais riscos e os prejuízos são cada vez maiores, a cibersegurança deve se tornar uma grande prioridade para bancos, fintechs e empresas que oferecem serviços financeiros. Sendo assim, essas organizações precisam contar com sistemas que utilizam tecnologia para monitorar, identificar e prevenir fraudes e ataques antes deles ocorrerem.
Além disso, as instituições também enfrentam alguns desafios em relação à proteção de sua infraestrutura de tecnologia. Logo, é necessário se aprofundar sobre as principais medidas a serem tomadas para coibir a ação de hackers e golpistas.
Definindo cibersegurança
Como é sabido, a cibersegurança, também conhecida como segurança cibernética ou “cybersecurity”, é o conjunto de rotinas e processos responsáveis pela proteção de servidores, aplicações, dispositivos e informações sensíveis de ataques maliciosos.
Geralmente, essas tentativas de golpes têm como objetivo adentrar sistemas de segurança para acessar e usufruir de informações sensíveis de pessoas físicas e jurídicas, ou obstruir o funcionamento de processos em grandes empresas.
Como resultado, os agentes maliciosos podem pedir compensações financeiras pelo resgate das informações ou pela desobstrução dos processos. Em alguns casos, inclusive, essas investidas hackers são realizadas sem o intuito de extorsão, mas apenas pela finalidade do desafio de encontrar brechas e vulnerabilidades em sistemas de segurança.
De acordo com o Cybersecurity Almanac 2024, ataques cibernéticos devem custar US$ 9,5 trilhões para a economia global em 2024, um crescimento de 15% nos últimos dois anos.
No cotidiano das empresas, a cibersegurança se traduz em diversas ações rotineiras. Elas vão desde práticas simples, como a implementação de firewalls e sistemas de detecção de invasões, até sistemas mais robustos que utilizam Inteligência Artificial (IA) para monitoramento de fraudes em tempo real.
Além disso, dentro da área de proteção cibernética, existem outras medidas relevantes, tais como a realização de treinamentos contínuos para colaboradores e a criação de guias de ação para lidar com potenciais incidentes.
Por que a cibersegurança deve ser prioridade para o setor financeiro
Por lidarem com um alto volume de dados sensíveis e transações de alto valor, as instituições financeiras são alvos extremamente atrativos para criminosos digitais e hackers.
Logo, bancos, fintechs e outras empresas que atuam no setor de banking e meios de pagamentos devem considerar as práticas de cibersegurança como um pilar fundamental de suas operações, garantindo a proteção dos dados de seus clientes e o bom funcionamento de seus processos tecnológicos.
Por essa razão, a cibersegurança foi um dos principais temas abordados no Febraban Tech 2024, o maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro, como mostramos no artigo com os destaques da edição.
“O avanço da tecnologia trouxe muita mudança para o setor de cibersegurança. O volume de fraudes não para de crescer. É difícil não conhecermos alguém que já passou por alguma situação de golpe financeiro [como pessoa física]”, afirmou Thiago Cunha, Chief Information Security Officer da Dock, no painel “As novas fronteiras da cibersegurança e do combate à fraude”.
E acrescentou: “Na Dock, por oferecermos a base tecnológica para outras entidades do ecossistema, o que vemos bastante é o ataque à infraestrutura do sistema. A gente vê muitos ataques às APIs e ao back-end que compõem as aplicações financeiras. Não devemos nos preocupar apenas com os fraudadores, mas também com os hackers”, analisa Cunha. “É algo muito rápido. Eles se baseiam em vulnerabilidades, em problemas de infraestrutura, e isso afeta todos os ecossistemas tecnológicos”.
Assim, além de ser uma medida essencial de proteção, a cibersegurança também pode ser um diferencial competitivo no setor. Bancos e fintechs que investem em tecnologias de segurança avançadas demonstram compromisso com a proteção dos clientes, aumentando a confiança e fidelização. Além disso, a implementação de boas práticas de cibersegurança pode otimizar processos internos, reduzir custos com fraudes e melhorar a eficiência operacional.
Os principais desafios de cibersegurança
A segurança de sistemas e dados de clientes é uma das principais preocupações do setor financeiro. De acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, 100% das instituições brasileiras entrevistadas citaram a cibersegurança como uma prioridade.
Dentro desse escopo, os maiores investimentos em proteção foram nas áreas de arquitetura e infraestrutura (79%), estratégias para detecção de ameaças (58%) e gestão de identidades e acessos (54%).
Nesse cenário de constante evolução da tecnologia e, consequentemente, dos tipos de ameaças direcionadas às instituições financeiras, alguns desafios surgem para esses agentes do ecossistema bancário e de pagamentos.
Estratégia de gerenciamento de riscos
Um dos principais desafios da área de cibersegurança é desenhar uma estratégia eficaz de gerenciamento de riscos, que considere os processos de identificação e avaliação de riscos cibernéticos.
No setor financeiro, isso significa realizar avaliações de brechas e vulnerabilidades regularmente, implementar controles de segurança apropriados e desenvolver planos de resposta a incidentes. As instituições devem adotar uma abordagem proativa, antecipando ameaças e preparando-se para responder rapidamente a qualquer ataque.
Além disso, desenvolver uma boa governança de cibersegurança pode ser crucial para mitigar riscos envolvendo ataques. Nesse sentido, as organizações devem definir políticas, procedimentos e responsabilidades claras para todos os seus colaboradores, incluindo diretores e gerentes. Isso inclui também a criação de um comitê de cibersegurança e a realização de auditorias regulares para garantir o cumprimento das políticas de segurança.
Desenho de arquitetura e segurança da operação
Desenvolver uma arquitetura de sistemas segura e, ao mesmo tempo, flexível, é uma das principais preocupações para as instituições financeiras. Com a migração para os sistemas de cloud computing, desenhar sistemas que incorporem a maleabilidade da tecnologia em nuvem, sem perder a robustez e resiliência, é um desafio considerável.
Além disso, garantir a segurança operacional envolve proteger todos os aspectos das operações financeiras, desde o processamento e análise das transações até o armazenamento de informações sensíveis dos clientes. Isso pode incluir o uso de firewalls, sistemas de detecção de intrusões, criptografia de dados e o gerenciamento de identidades e acessos.
Contratação e manutenção de talentos
A escassez de profissionais qualificados em cibersegurança é um importante desafio do setor. Portanto, atrair e reter talentos especializados para garantir a proteção de seus sistemas não é uma tarefa fácil.
Segundo a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, 79% das instituições financeiras consideram o acesso a profissionais qualificados como um dos principais desafios da gestão de segurança cibernética. Também por conta da escassez de especialistas na área, bancos, fintechs e empresas têm recorrido à contratação de serviços de segurança de empresas especializadas.
Tecnologias aliadas da cibersegurança
À medida que as tecnologias avançam, bancos, fintechs e empresas que oferecem serviços financeiros podem utilizar todo um leque de ferramentas para garantir a proteção de informações sensíveis de seus clientes, assim como assegurar a integridade de seus sistemas, servidores, aplicações e dispositivos internos.
Em um cenário cada vez mais dinâmico, as organizações devem adotar uma abordagem multifacetada, utilizando mais de uma tecnologia de cibersegurança, como:
- Inteligência Artificial (IA): a IA pode ser utilizada para detectar e responder a ameaças em tempo real, analisando grandes volumes de dados e identificando padrões suspeitos.
- Autenticação Multifator (MFA): implementar MFA adiciona uma camada extra de segurança, tornando mais difícil para hackers acessarem sistemas com credenciais comprometidas.
- Biometria: utilizar recursos de autenticação biométrica, como reconhecimento de digitais ou rosto, podem ser úteis para verificar a identidade de clientes ou colaboradores, garantindo acesso apenas a usuários relevantes.
- Background check: a integração do banco de dados de instituições financeiras com órgãos reguladores e entidades governamentais garante, por exemplo, que a criação de contas ou a solicitação de cartões seja realizada apenas para pessoas que estão regularizadas ou sem antecedentes criminais.
- Criptografia de dados: garantir que todos os dados sensíveis estejam criptografados, tanto em trânsito quanto em repouso, para proteger informações contra acessos não autorizados.
Proteção de ponta a ponta com a Dock
A Dock, líder em tecnologia para serviços financeiros na América Latina, está presente em 11 países diferentes, oferecendo um portfólio completo de soluções para bancos, fintechs e empresas que desejam oferecer serviços financeiros e alcançar um outro patamar de prevenção a fraudes e cibersegurança.
Em seu pilar de Fraud Prevention, a Dock oferece soluções tecnológicas para a segurança de toda a operação de seus clientes e também de ponta a ponta da jornada dos usuários finais – desde o momento que eles abrem uma conta até o monitoramento de suas atividades financeiras. Esse leque de produtos inclui tecnologias de biometria facial, background check e score cadastral.
“Para ser assertivo, ter um menor tempo de resposta e diminuir o número de fraudes, nós criamos o Cyber and Fraud Prevention Center, unificando as estruturas de segurança da informação, prevenção à fraude e risco”, afirma Thiago Cunha, Chief Information Security Officer da Dock. “Juntamos essas áreas e todos os playbooks e os casos de uso de detecção de cibersegurança e prevenção de fraude, com o mesmo time de primeira resposta e monitoramentos”.
Com essa visão conjunta de cibersegurança e prevenção à fraude, a Dock proporciona uma abordagem integrada de todo o seu ecossistema de segurança, tanto de seus sistemas internos de verificação e monitoramento, quanto dos processos que armazenam informações sensíveis e aprovam as transações dos consumidores finais.
Isso é realizado por meio de arquiteturas e tecnologias avançadas, garantindo um melhor tempo de resposta a ataques e golpes.
Conheça mais sobre o pilar de Fraud Prevention da Dock:
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Cibersegurança: o que você viu neste artigo
- Ao mesmo tempo em que a tecnologia avança e traz inúmeras facilidades para os usuários, ela também impõe grandes desafios de cibersegurança para bancos, fintechs e empresas que oferecem serviços financeiros.
- Para além de evitar despesas indesejadas, a necessidade de um sistema robusto contra fraudes e ataques cibernéticos também é uma forma de garantir a segurança dos dados e do patrimônio financeiro das organizações e dos clientes.
- No cotidiano das empresas, a cibersegurança se traduz em diversas ações rotineiras, que vão de práticas simples até implementação de sistemas mais robustos que utilizam Inteligência Artificial (IA) para monitoramento de fraudes em tempo real.
- Por lidarem com um alto volume de dados sensíveis e transações de alto valor, as instituições financeiras são alvos extremamente atrativos para criminosos digitais e hackers.
- Bancos e fintechs que investem em tecnologias de segurança avançadas demonstram compromisso com a proteção dos clientes, aumentando a confiança e fidelização.
- Em um cenário cada vez mais dinâmico, organizações devem adotar uma abordagem multifacetada, utilizando mais de uma tecnologia de cibersegurança, como, por exemplo, a Inteligência Artificial, autenticação multifator, biometria, background check e criptografia.
- A Dock oferece um portfólio completo de soluções para bancos, fintechs e outras empresas que atuam no setor e que desejam alcançar outro patamar de gerenciamento de riscos, prevenção a fraudes e cibersegurança.
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