Open X: o que vem depois do Open Finance?

Publicado em 15 set 2021.

Tempo de leitura 10 minutos de leitura

Depois do Open Banking e do Open Finance, um novo conceito desponta no horizonte para redefinir o futuro próximo do sistema financeiro — mas não apenas dele. O Open X promete ser a nova era do setor e tem como premissas a colaboração, a integração e a inovação.

 

É difícil ter uma noção exata da magnitude das mudanças que estão ocorrendo no ecossistema financeiro. Além de serem transformações estruturais muito importantes, a necessidade da transição de um modelo tradicional, fechado e concentrado para um descentralizado, muito mais dinâmico e atento às necessidades dos usuários se faz cada dia mais evidente.

É nesse sentido que, como veremos, o Open X representa a maturidade e a evolução desse mercado e traz uma série de benefícios, tanto para os usuários quanto para os diferentes players do mercado de pagamentos e banking.

Não tem como fugir: as instituições, inevitavelmente, terão que acompanhar essa transformação se desejam continuar a ter competitividade para estar no jogo. Entenda melhor neste artigo!

 

O que é Open X?

O Open X é considerado a nova era do setor financeiro, o destino para qual o mercado irá evoluir depois do Open Banking e do Open Finance. A nova fase responde à necessidade de encontrar novos meios de colaboração e integração para uma troca estruturada de dados e serviços entre diferentes agentes do ecossistema financeiro.

Logo, pode-se entender o Open X como uma abordagem de plataforma aberta que permite que players de diferentes tamanhos e setores colaborem para fornecer produtos financeiros especializados. Em termos menos abstratos, podemos afirmar que o modelo irá se assemelhar a um marketplace integrado e compartilhado, que terá como ativos os dados dos seus usuários (estes, cada vez mais cientes do valor de suas informações pessoais e capazes de decidir com quem querem compartilhá-los).

Desta maneira, haverá colaboração mais eficaz e estruturada, facilitada pela padronização de APIs e pelos insights compartilhados a partir das informações dos clientes. Com isso, muda-se o foco dos produtos financeiros para a experiência do usuário – e, por isso, o termo “Open X”, que remete a uma “experiência aberta”. 

 

Open Banking, Open Finance e Open X: entenda as diferenças

Como você deve ter notado, estamos tratando de concepções que já vêm sendo abordadas nos últimos anos, quando falamos sobre Open Banking ou Open Finance. De fato, tem tudo a ver com isso, afinal, o Open X é resultado do amadurecimento e da evolução desse movimento que vem acontecendo desde quando começamos a desenvolver o conceito de “banco aberto”.

O Open Banking é, como sabemos, um modelo que propõe a abertura do sistema bancário e o compartilhamento de informações dos usuários entre diferentes instituições, mediante consentimento deles. Isso para permitir que os clientes movimentem suas contas por meio de diferentes plataformas e migrem de um banco para outro de forma mais fácil e acessível, levando seu histórico financeiro para facilitar a adesão a diferentes serviços.

Já o Open Finance — que é o sistema que vem sendo implantado no Brasil —, prevê o sistema financeiro aberto, o que significa a inclusão de outros players no mercado e, assim, uma abertura mais ampla do sistema financeiro como um todo. Além dos bancos, outras organizações também podem compartilhar dados e serviços, como corretoras de seguros, varejistas, indústrias, fundos de previdência, etc.

O Open X, por sua vez, é ainda mais amplo: não estamos mais falando de bancos ou somente de instituições financeiras, mas sim de “tudo”, que é o que o X representa enquanto experiência de um usuário na utilização de serviços financeiros ou relacionados a eles.

Neste sentido, trata-se de uma evolução das abordagens anteriores, de uma fase na qual poderão ocorrer compartilhamento e integração de dados e serviços de outros inúmeros tipos, como telefonia, varejo, entre outros.

Para ilustrar, nesse combo estão sistemas complementares como, por exemplo, o Open Insurance — sistema aberto no mercado de seguros — e o Open API — interfaces de programação de aplicações disponíveis para desenvolvedores externos.

 

Quais os benefícios do Open X para o mercado e os usuários?

A expectativa é que, ao reunir cada vez mais inovações tecnológicas com o intercâmbio constante de informações, a integração de dados/serviços e o foco na experiência do cliente, o Open X traga uma série de benefícios para todos — tanto para os participantes do sistema, quanto para os usuários.

Uma vez que dados, recursos e conhecimento são compartilhados, a inovação leva a produtos e serviços melhores, e, assim, os clientes terão inúmeras facilidades e um leque maior de opções. Ao mesmo tempo, os negócios ganham em agilidade e passam a ter novas possibilidades no horizonte.

 

Open X: benefícios para os consumidores:

  • Foco cada vez maior na experiência no cliente;
  • Soluções mais customizadas e centradas no usuário, novos serviços mais focados nas suas necessidades;
  • Gestão de diferentes produtos em uma única plataforma;
  • Mais segurança e privacidade, uma vez que esses itens estão entre as principais preocupações nessa nova era;
  • Acesso facilitado e maior inclusão financeira.

Open X: benefícios para as instituições:

  • Possibilidade de distribuir produtos e serviços em diferentes canais, com diferentes parceiros;
  • Novas oportunidades de negócio;
  • Melhoria na performance;
  • Estabelecimento de parcerias para acelerar a inovação e para outros fins.

 

Como se preparar para o Open X?

Sendo o Open X uma evolução do que estamos vivendo atualmente, é inevitável avançar para ele, pois a transição para essa nova fase já está acontecendo. Por isso, o melhor que a sua organização pode fazer é mesmo se preparar. De que forma? Bom, falamos um pouco sobre isso a seguir!

Planejamento

Um dos primeiros passos para estar pronto quando esse momento chegar inclui, sem dúvida, muito planejamento. E mais: é preciso estar atento às tendências do mercado e ter, realmente, o olhar voltado para o futuro, o que significa planejar também a médio e longo prazo.

Revisão de estratégias

Diante de todas essas transformações, talvez seja necessário fazer algumas adaptações no seu modelo de negócio para se dar ainda melhor no novo cenário. Por isso, é fundamental rever as estratégias e reavaliar o seu posicionamento no mercado. Focar em um determinado nicho, por exemplo, pode ser uma saída para se destacar no contexto do Open X.

Priorização ainda maior do usuário

Como já está claro, a experiência do usuário precisa ser valorizada cada vez mais e o seu foco, portanto, deve ser torná-la cada vez mais digital e, ao mesmo tempo, humanizada. O acesso a um número maior de dados permite fazer análises e criar soluções mais assertivas, então, o desafio aqui é criar um modo de usar isso a seu favor.

Também é importante manter o consumidor informado sobre como seus dados são utilizados e por quais motivos – além dos níveis de segurança envolvidos nesse processo. Por esse motivo, focar em ferramentas de educação do usuário desde já pode ser um diferencial importante lá na frente.

Aproximação dos parceiros certos

O Open X tem como premissa a colaboração e, por sua vez, esta pressupõe fazer parcerias. Isso quer dizer que as instituições precisam encontrar parceiros que possam ajudá-los a aprimorar as suas ofertas. Um movimento que deve acontecer é, por exemplo, os bancos tradicionais se associarem a fintechs para complementar seus serviços e acelerar a inovação.

Investimento em inovação

Por fim, mas não menos importante, para entrar na era do Open X e serem realmente competitivas, as organizações precisam abraçar a transformação digital investindo em tecnologias emergentes de diferentes tipos. A inovação será a responsável por possibilitar tanto o ingresso nesse ecossistema quanto a sobrevivência nele, já que será necessário contar com estruturas robustas de segurança e proteção de dados, por exemplo.

 

A sua empresa está preparada para a nova era do Open X?

O que você já está fazendo para se preparar para essa nova era de colaboração, integração e compartilhamento de dados? A transição está em curso e, em um mundo cada vez mais veloz, não é possível perder tempo.

Acompanhando a evolução do mercado, a Dock vem trabalhando para decodificar o universo financeiro e possibilitar que novos e diferentes players ingressem nesse sistema por meio da nossa tecnologia. Quer saber mais? Conheça nossa plataforma global de pagamentos e banking.

 

O que você viu neste artigo?

  • O Open X é uma nova era do mercado financeiro, na qual teremos uma plataforma aberta que permite que players de diferentes tamanhos e setores colaborem para fornecer produtos financeiros especializados;
  • Na prática, o modelo funciona como um marketplace integrado e compartilhado que tem como ativos os dados dos seus usuários;
  • O Open X é resultado do amadurecimento do Open Banking e do Open Finance e é considerado a evolução natural desse movimento que está em transição;
  • O novo modelo traz diversos benefícios tanto para os participantes do sistema, quanto para os usuários;
  • Para estar preparado para a nova era, é preciso planejar, rever estratégias e modelo de negócios, focar cada vez mais no usuário, encontrar os parceiros certos e investir em tecnologia.

 

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