Agrotech: 5 oportunidades para inovar no agronegócio com soluções financeiras

Publicado em 21 mar 2023.

Tempo de leitura 10 minutos de leitura

O agronegócio é um dos grandes pilares das economias da América Latina, com salto de crescimento nos últimos anos. E a tecnologia ocupa um importante papel nesse cenário, por meio de negócios conhecidos como agrotech – que fazem a ponte entre o setor e soluções altamente especializadas. 

Pegando como exemplo o Brasil, principal exportador de produtos agropecuários da região e 4° no mundo, dados levantados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) indicam que o PIB do agronegócio brasileiro cresceu 8,36% em 2022. Argentina e México também ocupam papel de destaque neste mercado, figurando entre os maiores produtores do planeta.

Os números impressionam, e indicam também que o setor apresenta uma imensa oportunidade em termos de público-alvo para empresas que querem prestar serviços variados. Afinal, o agro é imenso ― mas ainda há muitos gargalos em termos de mercado de crédito a produtores e tecnologias específicas para fazendas e plantações.

A boa notícia é que, no contexto atual, há cada vez mais espaço para provedores e players que desejam explorar essa oportunidade ― e é aí que entra o agrotech. Entenda melhor no artigo!

 

O que é agrotech?

 

Agrotech, ou também agtech, nada mais é do que uma startup que oferece soluções tecnológicas pensadas com exclusividade para o agronegócio.

Ou seja: o agtech pode ser entendido como uma iniciativa que busca levar e fomentar a inovação tecnológica até os agricultores (dos pequenos produtores às grandes fazendas), simplificando o acesso ao crédito e a ferramentas que possam automatizar e acelerar a produtividade no campo.

 

Quais são os tipos de agrotech que existem?

 

As empresas classificadas como agtech podem atuar em várias frentes do agronegócio, oferecendo recursos e ferramentas tecnológicas que levam em conta as particularidades do setor ― algo que pode ir desde soluções financeiras até o desenvolvimento de tecnologias que ajudem a automatizar a cadeia de suprimentos, contribuam para minimizar o desperdício e permitam a comercialização de insumos de forma totalmente digital.

Compilamos na lista abaixo alguns dos principais tipos de agrotech:

 

Agrotech especializada em serviços de consultoria

 

Startups voltadas para pequenos e médios produtores agrícolas. É um trabalho abrangente e que pode englobar frentes amplas, como a análise dos níveis de produção, a identificação de gargalos ou fatores de risco que estão atravancando a expansão e, por último, o estudo de técnicas de cultivo e plantio sustentáveis que não agridam o solo. Como consultora, a agrotech fica responsável por levantar esses dados, traçar um plano de ação e trabalhar bem próxima do cliente.

 

Agrotech que desenvolve um software de gestão agrícola

 

Oferecendo assim um controle integrado das diversas partes que compõem o trabalho de uma fazenda: gestão de patrimônio e finanças, controle de lavouras, monitoramento de pessoal contratado, balanço das últimas safras, orçamento de projetos técnicos e muito mais.

 

Agrotech que trabalha com soluções pensadas dentro da arquitetura da Internet das Coisas (IoT)

 

Já que falamos de gestão agrícola ali em cima, por que não ir um passo além e oferecer uma solução de agtech para mudar a própria estrutura operacional de fazendas e lavouras? A Internet das Coisas pode ser uma parceria poderosa para o agronegócio, estimando com precisão a melhor data de colheita, calculando os níveis e os gastos com insumos, coletando dados meteorológicos e ajudando a criar um campo verdadeiramente conectado.

 

Agtech com soluções de agricultura de precisão

 

Agricultura de precisão é um termo usado para identificar todo um conjunto de tecnologias que coletam dados geográficos sobre as lavouras e fazem um monitoramento das técnicas de plantio e colheita, para então oferecer um panorama mais integrado entre o solo e os objetivos do produtor.

 

Agrofintechs, as fintechs do agro

 

Oferecendo soluções de banking, cartões e crédito para empresas do agro, produtores rurais independentes e outras pessoas e negócios conectados a esse ecossistema (o que inclui, por exemplo, conta digital, cartão de crédito, processamento de pagamentos instantâneos e liberação de crediário customizado para o setor).

 

5 oportunidades para inovar no agronegócio com soluções financeiras

 

Se você já tem uma empresa que oferece serviços financeiros, é do agronegócio ou está pensando em explorar o mundo financeiro por meio de modelos como o Banking as a Service, vale a pena conhecer algumas das principais oportunidades em fintech agro:

Infográfico com 5 motivos para o agronegócio ofertar soluções financeiras
Infográfico com 5 motivos para o agronegócio ofertar soluções financeiras
Infográfico com 5 motivos para o agronegócio ofertar soluções financeiras

 

1. Engajar a cadeia produtiva com soluções financeiras

 

Com uma agrotech especializada em serviços de banking, é possível abrir contas digitais para todos os funcionários, colaboradores, fornecedores e produtores rurais de uma empresa ou região produtora. Essas pessoas podem receber seus salários e pagamentos diretamente em uma conta digital, simplificando os processos de transferência e até mesmo o acesso a cartões de crédito e débito.

 

2. Alavancar resultados a partir do crédito

 

Uma empresa de fintech agro que consegue garantir uma boa área de atuação (ou firmar uma parceria com um grupo importante do agronegócio) acaba tendo a chance de atuar como o banco oficial da região e/ou do grupo. Isso significa uma presença forte no mercado como um todo e pode trazer não só mais clientes, como também mais investimentos em novos produtos.

 

3. Engajar o público desbancarizado com soluções financeiras

 

Uma agtech de banking pode oferecer aos trabalhadores e produtores rurais um acesso fácil e rápido a diversos meios de pagamento, ajudando a bancarizar um perfil que ainda não tem acesso ao sistema financeiro tradicional ou o subutiliza.

 

4. Construir um ecossistema completo

 

Com uma solução completa de banco digital, uma startup de fintech agro pode construir um ecossistema financeiro completo para seus clientes e parceiros, incluindo crédito pessoal, cartão de crédito e vários outros serviços financeiros.

 

5. Ter maior controle de gestão

 

Uma visão detalhada e completa dos valores transacionados é essencial para qualquer player do setor financeiro, mas é ainda mais importante dentro do agtech de banking ― que acaba lidando com frentes variadas como comercialização de insumos, pagamento de agricultores, crediários privados, ajuste de preços para o consumidor final, cadeia de suprimentos, ciclos de cultivo e por aí vai. Por isso mesmo, com um controle maior desses valores, é mais fácil fazer a gestão remota de todas as transações.

 

Fintech agro: quais são os desafios?

 

O conceito de fintech agro se coloca como uma alternativa às instituições financeiras mais tradicionais, já que prioriza a acessibilidade e a bancarização de pessoas e famílias que vivem da produção agrícola, bem como a entrega de serviços que realmente atendam às demandas deste mercado.

No entanto, ainda que o setor de fintech agro esteja em crescimento e existam diversas oportunidades para empresas que queiram oferecer plataformas de banco digital, é importante também delimitar alguns dos principais desafios que esse tipo de startup pode enfrentar.

Os dados abaixo foram compilados com base numa pesquisa recente realizada pela AgTech sobre o panorama do agrotech no Brasil, mas que encontra similaridade com outros países da região:

  • Pensar além do eixo sudeste: 62% das startups de agrotech estão situadas entre São Paulo e Minas Gerais. Isso significa que as soluções do agtech não têm ainda presença significativa no restante do país, e há diversos estados produtores do agronegócio que poderiam se beneficiar de soluções mais localizadas.
  • Falta de conectividade no campo: Soluções robustas de blockchain, plataformas financeiras, previsão de plantio com base em inteligência artificial, controle inteligente de pragas… Tudo isso parece incrível, mas só é possível com a internet. E, infelizmente, nem todas as regiões do agro contam com uma boa conexão. A expectativa é que o 5G consiga levar essa inclusão digital para o campo.
  • Pouco investimento externo: Firmar parcerias com empresas externas e garantir investimentos mais expressivos é uma das principais dificuldades das startups de fintech agro, pois o tempo de negociação com esses players costuma ser relativamente demorado.
  • Falta mulheres dentro do universo agtech: A presença de mulheres em tech é historicamente baixa, mas no agrotech isso é uma questão séria ― até porque 64% das startups de agtech do Brasil contam com nenhuma ou apenas uma mulher em suas equipes. Esse cenário não favorece a inclusividade e, infelizmente, não destaca o potencial de talentos disponível no setor.

Aqui na Dock, acreditamos que o fortalecimento do ecossistema fintech focado em agro e negócios que contribuam para sua evolução é capaz de superar esses desafios e, gradualmente, acelerar a inclusão financeira no campo, bem como o desenvolvimento dos produtores.

 

Como a Dock pode ajudar a sua agrotech de serviços financeiros?

 

Com nossa plataforma global de pagamentos e banking, contribuímos para que bancos, fintechs e empresas de diversos segmentos possam oferecer soluções financeiras completas.

Enquanto sua agrofintech foca na experiência do cliente e no desenvolvimento do produto, a Dock cuida de toda a tecnologia e a burocracia necessárias para seu negócio evoluir e transformar a vida no campo.

Quer saber mais? Conheça Dock One

Agrotech: resumo

 

  • A América Latina é uma potência do agronegócio, e há muito espaço para provedores e players de pequeno e médio porte interessados em oferecer soluções tecnológicas customizadas para o setor ― e é aí que entra o agrotech.
  • Agrotech, ou agtech, é uma startup que busca levar e fomentar a inovação tecnológica até os agricultores, simplificando e acelerando processos agrícolas.
  • Existem vários tipos de agtech, mas um dos nichos com mais potencial é o fintech agro, que oferece serviços de banking.
  • Os principais desafios do agrotech são: falta de conectividade no campo, pouco investimento externo, pouca presença de mulheres na força de trabalho e pouca presença para além do sudeste brasileiro.
  • Existem 5 caminhos para uma startup do agrotech que quer inovar no setor de banking: engajar a cadeia produtiva com soluções financeiras; alavancar resultados a partir do crédito; engajar o público desbancarizado com soluções financeiras; oferecer um ecossistema de banking completo; ter mais controle de gestão.

 

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