Saque no varejo com o Pix: uma grande oportunidade para o setor varejista
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O saque no varejo é uma das funcionalidades do Pix e foi liberada pelo Banco Central no dia 29 de novembro de 2021. A modalidade permite que os consumidores saquem valores dentro de supermercados, lojas ou drogarias, sem precisar ir até o banco ou caixas eletrônicos. E isso representa boas oportunidades para o setor varejista!
Desde o seu lançamento, o Pix vem assumindo um papel fundamental por impulsionar trocas e manter o mercado aquecido através da redução de taxas, agilidade nas transações e conveniência de uso. Porém, apesar de ter se popularizado rapidamente para as transações entre pessoas físicas, as operações para pessoas jurídicas ainda não estão em seu máximo potencial.
Agora, com as novas funcionalidades do Pix Saque e Pix Troco, o varejo tem a oportunidade de aproveitar de forma ainda mais significativa os benefícios trazidos pelo Sistema de Pagamentos Instantâneos do Brasil, sendo uma peça-chave para a cultura de utilização do Pix – que tem reflexos diretos na recuperação da economia e na propagação de meios de pagamento cada vez mais modernos.
Por isso, neste artigo vamos tratar sobre como funciona o saque no varejo e por que as novidades têm potencial para impulsionar e redefinir os negócios varejistas.
Saque no varejo: como funciona?
O saque no varejo nada mais é do que uma alternativa aos bancos e caixas eletrônicos por meio de duas soluções: o Pix Saque e o Pix Troco. Assim, os consumidores podem sacar dinheiro em espécie nos mais diversos estabelecimentos comerciais aderentes ao sistema em que o cliente já faz compras – isso inclui lojas, supermercados, padarias etc.
A operação de saque no varejo é bastante simples e pode funcionar de duas formas:
- Pix Saque: o consumidor faz um Pix para o comerciante, por meio de um QR Code que deverá ser lido pela câmera do celular ou a partir do aplicativo do prestador do serviço. O atendente, por sua vez, retorna o dinheiro em papel-moeda.
- Pix Troco: o consumidor realiza uma compra com troco, efetua o pagamento com Pix num valor superior ao das mercadorias ou serviço e o estabelecimento devolve o valor excedido. Por exemplo, faz um Pix de R$100,00 para uma compra de R$50,00 e recebe a outra metade em dinheiro.
De acordo com o Banco Central, as novas funcionalidades serão disponibilizadas gradualmente pela rede varejista. Para o comércio que já aceita o Pix como forma de pagamento, basta fazer um ajuste contratual para passar a oferecer esses serviços.
Quanto ao limite máximo das transações do Pix Saque e Pix Troco, esse é de R$ 500,00 durante o dia e de R$ 100,00 entre 12h e 6h. Contudo, os estabelecimentos têm autonomia para ofertar limites menores, caso considerem mais seguro e adequado.
Além disso, os comerciantes também têm liberdade para definir dias e períodos em que os serviços serão ofertados e detalhes sobre os valores – se devem ser múltiplos de R$ 5,00 ou de R$ 10,00, por exemplo. Caso não tenham dinheiro em caixa, bastará informar ao cliente que o serviço não está disponível.
Os clientes podem fazer até oito operações de saque no varejo via Pix gratuitas por mês. Por outro lado, os varejistas que disponibilizam o serviço recebem uma tarifa que varia de R$ 0,25 a R$ 0,95 por transação, a depender do acordo com a instituição de relacionamento. O pagamento aos estabelecimentos é realizado pela instituição financeira na qual o usuário que fizer o saque tem conta.
Pix Saque e Pix Troco trazem benefícios para o varejo e para os consumidores
Com o lançamento das funcionalidades do Pix Saque e Pix Troco, o BC tem o objetivo de beneficiar toda a sociedade – cidadãos, pequenos lojistas, redes varejistas e estabelecimentos comerciais como um todo.
O saque no varejo propõe que a retirada de dinheiro se torne mais acessível e viável às pessoas, o que é fundamental sobretudo em um contexto no qual existem cada vez menos agências bancárias, que estão diminuindo no país por causa do avanço da digitalização e da evolução dos meios de pagamento.
Além da facilidade de operação, para os varejistas, a nova dinâmica tem potencial de reduzir os custos logísticos de distribuição do dinheiro e gestão de numerário, como aqueles relacionados à segurança e aos depósitos.
Ainda, o saque no varejo também visa fomentar a competição no setor e ampliar a capacidade de circulação da economia.
Conheça mais vantagens do saque no varejo:
- Reutilização e maior circulação do papel-moeda no varejo;
- Maior equilíbrio no fluxo de caixa;
- Melhora da experiência do consumidor;
- Diferencial competitivo para os varejistas que adotarem;
- Aumento do fluxo em loja;
- Rendimento extra pelas transações de saque no varejo realizadas;
- Redução de custos e diminuição na demanda de contratação de carros-fortes para o manejo e transporte do dinheiro.
O Pix ainda não decolou no varejo?
Enquanto a adoção do Pix foi extremamente rápida para milhares de brasileiros e pequenos negócios, no varejo a adesão segue em ritmo mais lento e a oferta do sistema como meio de pagamento nos balcões e nas lojas virtuais ainda não é alta.
Por que isso? Levantamentos com grandes varejistas apontam alguns dos principais motivos:
- Dificuldade de integração adequada com os softwares de gestão já utilizados nos negócios;
- Taxas não atrativas e falta de clareza sobre os custos das transações para o varejo junto aos bancos;
- Receio de aumento de fraudes e golpes;
- Necessidade de treinamento da equipe para aceite do Pix como forma de pagamento.
Além das questões mencionadas, pode ser também que o Pix no varejo não é ainda comparável à adesão das pessoas devido aos demais desafios enfrentados pelo setor, em decorrência da pandemia.
Estatísticas mostram aumento consistente e novidades devem impulsionar o Pix no Varejo
No entanto, passado mais de um ano do lançamento do sistema de pagamentos instantâneos do BC, já se nota um aumento gradual e consistente do seu uso no varejo. As estatísticas do BC mostram que, a cada mês, as transações entre Pessoa Física e Empresas vêm aumentando significativamente, tendo passado de 5% das operações totais em novembro de 2020 para 17% em novembro de 2021.
Dessa forma, o cenário que vemos é justamente o esperado pelo Banco Central, que já previa que adesão ao Pix pelo varejo ocorreria de forma lenta e gradual e iria aumentando à medida em que mais lojistas percebessem os benefícios de aderir ao sistema.
Ademais, como mencionamos, o Pix Saque e Pix Troco têm potencial para trazer grandes benefícios para cidadãos e comerciantes. Sendo assim, a possibilidade de saque no varejo por meio das novas funcionalidades deve impulsionar ainda mais a adesão dos varejistas ao Pix.
Resumo: o que você viu neste artigo sobre saque no varejo?
- O saque no varejo pelo Pix foi implementado em 29 de novembro de 2021.
- Ele pode ser feito de duas formas: através do Pix Saque ou Pix Troco. Na primeira, oconsumidor faz um Pix para o comerciante com o valor exato que deseja sacar. Na segunda, ele realiza uma compra via Pix com a opção de troco em dinheiro.
- Entre as vantagens do saque no varejo, estão maior acesso ao dinheiro em espécie e a melhora na experiência do consumidor.
- Já os varejistas têm a possibilidade de receber pelos serviços, reduzir seus custos com gestão do numerário e alavancar as vendas.
- As novas funcionalidades devem, portanto, impulsionar ainda mais a adesão do varejo ao Pix, que vem sendo lenta e gradual, mas consistentes mês após mês.
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