Data Economy: a importância e os desafios da economia de dados no mercado de banking e pagamentos

Publicado em 07 ago 2024.

Tempo de leitura 11 minutos de leitura

A Data Economy tornou-se um dos pilares centrais na transformação digital do setor financeiro. Com a crescente digitalização e a capacidade de coletar, armazenar e analisar grandes volumes de dados, bancos, fintechs e empresas de pagamentos podem agora oferecer serviços mais personalizados, seguros e eficientes.

A Data Economy melhora a eficiência operacional e abre novas oportunidades para inovação e desenvolvimento de produtos financeiros para um público mais amplo. Isso envolve, por exemplo, a criação de soluções que atendam melhor às necessidades dos clientes e a identificação de novas fontes de receita.

Neste artigo, você vai saber mais sobre o conceito de Data Economy, sua relação com tendências como Open Finance, tokenização e inteligência artificial, e as oportunidades e desafios que ela traz para o mercado de banking e pagamentos.

 

Data Economy: aprofundando o conceito e estabelecendo relações

 

A Data Economy – ou Economia de Dados, em português – refere-se ao ecossistema no qual os dados são coletados, processados e monetizados para criar valor.

Trata-se, ainda, da utilização estratégica de dados para melhorar processos, desenvolver novos produtos e serviços e proporcionar experiências personalizadas aos clientes.

No setor financeiro, isso inclui desde a análise de padrões de comportamento dos clientes até a implementação de soluções avançadas para prevenção de fraudes.

 

Data Economy e Open Finance

 

Como é sabido, o Open Finance é uma evolução do conceito de Open Banking, que permite o compartilhamento de dados financeiros entre diferentes instituições financeiras com o consentimento dos clientes.

Na Data Economy, o Open Finance é importante para facilitar o acesso a dados de diferentes fontes, trazendo uma visão mais completa e detalhada das finanças dos clientes. Isso permite que bancos e fintechs desenvolvam produtos mais personalizados e relevantes, melhorando a experiência do usuário.

 

Data Economy e tokenização

 

A tokenização, processo de converter ativos ou direitos em tokens digitais que podem ser transacionados em uma blockchain, também tem relação com a Data Economy.

Na Economia de Dados, a tokenização oferece uma maneira eficiente e segura de gerenciar e transacionar dados sensíveis.

Ela também permite a criação de novos modelos de negócios, como o comércio de frações de ativos, democratizando o acesso a investimentos que antes eram inacessíveis para muitos investidores individuais. Além disso, a tokenização aumenta a segurança e a transparência nas transações financeiras.

 

Data Economy e inteligência artificial

 

A inteligência artificial (IA) é uma ferramenta poderosa na Data Economy, permitindo a análise de grandes volumes de dados em tempo real para identificar padrões, prever comportamentos e automatizar processos.

No setor financeiro, a IA pode ser usada para desenvolver soluções mais eficazes de prevenção a fraudes, melhorar a eficiência operacional e proporcionar uma experiência de usuário mais personalizada.

Nesse sentido, algoritmos de IA podem analisar transações em tempo real para detectar atividades suspeitas e prevenir fraudes antes que elas ocorram, por exemplo.

Se quiser saber mais sobre o assunto, você pode conferir o painel “Data driven, IA generativa e os algoritmos da economia digital” que aconteceu no Febraban Tech 2024:

 

Por que a Economia de Dados é fundamental para o futuro do mercado de banking e pagamentos

 

A Data Economy oferece uma série de vantagens para o setor de serviços financeiros. Além de auxiliar na prevenção a fraudes, traz uma maior possibilidade de personalização, eficiência operacional e melhora a experiência do usuário. A seguir explicamos com maiores detalhes.

 

Personalização de serviços

A análise de dados permite que bancos e fintechs identifiquem características e necessidades específicas dos clientes, oferecendo produtos e serviços personalizados que atendam melhor a essas necessidades.

Isso inclui desde recomendações de produtos financeiros até ofertas de crédito adaptadas ao perfil do cliente. Isso melhora a satisfação do cliente e aumenta a fidelização, sobretudo em um contexto no qual estamos caminhando rumo à hiperpersonalização, que é um passo adiante nessa estratégia.

Hiperpersonalização É uma abordagem estratégica que busca uma compreensão completa e diferenciada das necessidades, preferências e comportamentos de cada cliente. O objetivo é possibilitar a oferta de produtos e serviços adaptados ao cliente de forma individualizada, resultando em uma experiência mais envolvente e satisfatória.

 

Prevenção de fraudes

Com a análise de dados em tempo real, é possível detectar e prevenir fraudes de maneira mais eficiente, protegendo tanto as instituições quanto os clientes.

Algoritmos de inteligência artificial e machine learning identificam padrões suspeitos, acionando alertas preventivos. Isso aumenta a segurança das transações e fortalece a confiança dos clientes nas instituições financeiras.

 

Eficiência operacional

A automação de processos baseada em dados reduz custos operacionais e aumenta a eficiência. Processos que antes eram manuais e demorados podem ser automatizados, liberando recursos humanos para tarefas mais estratégicas.

Isso torna as operações mais ágeis e impacta na capacidade da empresa de atender um maior volume de clientes com a mesma qualidade.

 

Inovação em produtos e serviços

O acesso a dados detalhados permite a criação de novos produtos e serviços financeiros que atendem às necessidades emergentes dos clientes.

Empresas podem identificar lacunas no mercado e desenvolver soluções inovadoras, como novos tipos de contas, serviços de investimento ou ferramentas de gestão financeira. E o melhor: a inovação contínua mantém as instituições competitivas e relevantes no mercado.

 

Melhoria da experiência do usuário

A personalização e a automação proporcionam uma experiência mais fluida e satisfatória para os usuários de serviços financeiros. Isso inclui desde interfaces intuitivas até suporte personalizado ao cliente.

Uma experiência positiva aumenta a lealdade do cliente e resulta em recomendações boca a boca, ampliando a base de consumidores da empresa.

 

Principais desafios relacionados à Data Economy

 

Embora a Data Economy ofereça inúmeras oportunidades e vantagens, também apresenta alguns desafios para as empresas. Trata-se de questões que precisam da atenção de quem atua no setor de banking e pagamentos.

 

Contexto regulatório e ético

A coleta, armazenamento e uso de dados devem estar em conformidade com as regulamentações de privacidade e proteção de dados, como a GDPR na Europa e a LGPD no Brasil.

Além disso, é importante garantir que o uso dos dados seja ético e transparente para os clientes. Uma boa estratégia nesse caso é a implementar políticas claras e processos rigorosos para proteger a privacidade dos dados e garantir que os clientes saibam como suas informações estão sendo utilizadas.

 

Monetização de dados

Transformar dados em valor econômico requer habilidades e tecnologias avançadas. As instituições financeiras precisam desenvolver modelos de negócios eficientes para monetizar os dados de maneira ética e lucrativa.

Isso pode incluir o desenvolvimento de novos produtos baseados em dados ou a melhoria de processos internos para aumentar a eficiência e reduzir custos.

A monetização de dados está tão em alta, que também foi tema de uma das edições do Febraban Tech 2024, principal evento de tecnologia e inovação do setor financeiro.

 

Consentimento

Garantir que os clientes concordem com o uso de seus dados é fundamental. As instituições devem ser transparentes sobre como os dados serão usados e garantir que os clientes possam facilmente gerenciar suas preferências de consentimento.

Essa abordagem pode envolver o uso de ferramentas de gestão de consentimento que permitem aos clientes ver e controlar como seus dados estão sendo utilizados.

 

Benefícios da Data Economy para os usuários de serviços financeiros

Como já deu para perceber até aqui, além de bancos, fintechs e empresas que oferecem serviços financeiros, os consumidores finais também são beneficiados de forma significativa pela Data Economy.

 

Serviços mais personalizados

Com a análise de dados, as instituições financeiras podem oferecer produtos e serviços que são mais relevantes para as necessidades individuais dos clientes.

Isso significa que, entendendo melhor os hábitos e preferências dos usuários, bancos e fintechs podem criar soluções mais alinhadas com o perfil de cada cliente. Essa personalização pode incluir desde ofertas de crédito customizadas até recomendações de investimentos mais adequadas.

 

Maior segurança nas transações

Como mencionamos, a análise de dados em tempo real permite a detecção e prevenção de fraudes, proporcionando maior segurança para os clientes. Além disso, a segurança aumentada reduz o risco de perdas financeiras e melhora a confiança dos clientes nas instituições financeiras.

 

Melhoria da experiência

A personalização e a automação proporcionam uma experiência de usuário mais fluida, com menos fricção e maior conveniência.

Processos automatizados reduzem o tempo de espera e simplificam interações, como abertura de contas e solicitações de crédito. Além disso, interfaces intuitivas e suporte personalizado tornam a navegação e o uso dos serviços financeiros mais agradáveis e eficientes.

 

Acesso a novos produtos e serviços

A Data Economy permite a criação de novos produtos e serviços que antes não eram possíveis, democratizando o acesso a investimentos e outras oportunidades financeiras.

Por exemplo, a tokenização de ativos permite que pequenos investidores adquiram frações de investimentos que antes eram exclusivos de grandes investidores. Isso amplia as opções disponíveis para os clientes e facilita a inclusão financeira.

 

Melhor tomada de decisões

A Data Economy fornece aos clientes informações detalhadas e análises que os ajudam a tomar decisões financeiras melhores, contribuindo para uma maior conscientização individual.

Com acesso a relatórios personalizados e ferramentas de análise de dados, os usuários podem entender melhor suas finanças pessoais, identificar oportunidades de investimento e gerenciar riscos de maneira mais eficaz. Isso contribui para que os clientes façam escolhas financeiras que estejam alinhadas com seus objetivos pessoais e necessidades a longo prazo.

 

Data Economy: o que você viu neste artigo

  • A Data Economy é um pilar importante na transformação digital do setor financeiro, permitindo que bancos, fintechs e empresas de pagamentos ofereçam serviços mais personalizados, seguros e eficientes.
  • Data Economy refere-se ao ecossistema onde dados são coletados, processados e monetizados para criar valor, melhorando processos, desenvolvendo novos produtos e proporcionando experiências personalizadas aos clientes.
  • O Open Finance é importante na Data Economy, porque facilita o acesso a dados de diferentes fontes, permitindo que bancos e fintechs desenvolvam produtos mais personalizados e relevantes, melhorando a experiência do usuário.
  • Já a tokenização na Data Economy oferece uma maneira eficiente e segura de gerenciar dados sensíveis, permitindo a criação de novos modelos de negócios e aumentando a segurança e transparência nas transações financeiras.
  • A inteligência artificial também é uma ferramenta poderosa na Data Economy, permitindo a análise de grandes volumes de dados em tempo real para identificar padrões, prever comportamentos, automatizar processos e prevenir fraudes.
  • A Data Economy permite personalizar serviços, prevenir fraudes, automatizar processos para reduzir custos operacionais, inovar em produtos e serviços e melhorar a experiência do usuário.
  • Os desafios da Data Economy incluem conformidade com regulamentações de privacidade, monetização ética dos dados e garantir que os clientes concordem com o uso de seus dados, implementando políticas claras e processos rigorosos.
  • Entre os benefícios da Data Economy para os consumidores, estão serviços mais personalizados e inovadores e um acesso maior aos produtos financeiros, aumento da segurança nas transações, melhoria da experiência e da tomada de decisões financeiras.

 

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