ESG no mercado financeiro: como o setor pode protagonizar uma importante mudança

Publicado em 09 ago 2024.

Tempo de leitura 8 minutos de leitura

O que você sabe sobre ESG no mercado financeiro? Sabia que o setor tem uma oportunidade única para estar à frente da mudança sustentável, com boas práticas sociais, ambientais e de governança?

As instituições financeiras, os bancos e as fintechs  têm a capacidade de influenciar tanto as suas operações internas, como o comportamento de seus clientes e parceiros, promovendo um impacto positivo em larga escala.

Em um contexto global de necessidade de envolvimento dos mais variados atores sociais para que transformações essenciais de fato aconteçam, as empresas do setor financeiro podem – e devem – aproveitar as oportunidades para se comprometer com as medidas de ESG e contribuir para um desenvolvimento mais sustentável.

Por isso, neste artigo, trataremos sobre o papel da ESG no mercado financeiro, qual é a responsabilidade de bancos, fintechs e outras empresas que oferecem serviços financeiros e o que pode ser feito para garantir um crescimento sustentável.

 

ESG no mercado financeiro: qual tem sido a atuação das instituições do setor

 

Nos últimos anos, as organizações que atuam no setor financeiro têm adotado de maneira crescente práticas ESG no mercado financeiro como parte fundamental de suas operações. Bancos, fintechs e gestoras de ativos estão integrando critérios ESG em suas análises de risco e decisões de investimento. A KPMG destaca que a incorporação desses critérios ajuda a mitigar riscos e identificar oportunidades sustentáveis, resultando em um desempenho financeiro mais robusto a longo prazo.

Para destacar-se como líderes em ESG no mercado financeiro, essas instituições estão adotando várias práticas recomendadas pelo Sistema B – um movimento global de empresas que buscam unir lucro com desenvolvimento socioambiental.

Essas práticas incluem desde a redução da pegada de carbono das operações até a promoção de práticas de governança responsáveis e o apoio a projetos com impacto social positivo. Afinal, empresas com alta reputação em ESG tendem a ter melhor desempenho financeiro e maior resiliência em tempos de crise.

Segundo a Deloitte, as empresas mais bem avaliadas pelo Sistema B não apenas implementam essas práticas, mas também nascem com um propósito claro de impacto positivo. O fator “cultura”, que abrange a transmissão de valores e práticas ESG por toda a cadeia de valor e entre os stakeholders, é fundamental para o sucesso dessas iniciativas.

Isso inclui campanhas de conscientização, políticas de seleção e avaliação, treinamentos e processos de diligência, que juntos formam uma cultura corporativa comprometida com a sustentabilidade.

 

Como as organizações podem assumir um papel de protagonistas em relação às práticas ESG no mercado financeiro?

 

Para realmente liderar uma transformação sustentável, as organizações do setor precisam ir além da conformidade regulatória e adotar uma abordagem proativa em relação às estratégias ESG no mercado financeiro.

Na prática, isso contempla a criação de produtos financeiros sustentáveis, como títulos verdes e fundos de investimento socialmente responsáveis. Além disso, é importante que essas instituições incentivem práticas ESG entre seus clientes e parceiros de negócios.

Além de desenvolver serviços financeiros sustentáveis, as instituições devem investir em tecnologias inovadoras que promovam a transparência e eficiência nas operações. A tokenização de ativos, por exemplo, pode aumentar a segurança e reduzir custos, facilitando o acesso a investimentos sustentáveis.

Implementar sistemas de monitoramento e reporte de desempenho ESG no mercado financeiro também é uma boa estratégia para garantir a responsabilidade e a conformidade contínua.

Além disso, a adoção de parcerias estratégicas com fintechs, startups e empresas de tecnologia que tenham valores afins pode acelerar a inovação e a adoção de práticas ESG, criando um ecossistema financeiro mais resiliente e sustentável.

 

EGS no mercado financeiro em prol da inclusão financeira

 

De acordo com a Organização das Nações Unidas, a inclusão financeira é fundamental para a redução da pobreza e a promoção do desenvolvimento econômico. As instituições podem contribuir para esse aspecto ao oferecer produtos e serviços acessíveis para populações desbancarizadas ou subatendidas.

Além de oferecer produtos e serviços acessíveis, bancos, fintechs e outras empresas estão desenvolvendo iniciativas que visam integrar populações marginalizadas ao sistema financeiro formal.

Isso inclui a criação de contas digitais simplificadas, microcréditos com condições flexíveis e programas de educação financeira para capacitar indivíduos e pequenos empreendedores. Essas medidas ajudam a promover a inclusão financeira e estimulam a economia local, criando um ciclo positivo de desenvolvimento econômico e social.

 

Como as organizações podem atuar na promoção da educação financeira

 

A educação financeira é outro pilar essencial para o desenvolvimento sustentável. Instituições do setor têm a responsabilidade de empoderar os seus clientes para que tomem decisões financeiras mais conscientes. Isso pode ser feito por meio de programas de educação financeira, workshops, e ferramentas digitais que ajudem os clientes a entender melhor suas finanças pessoais.

Além dos programas de capacitação, as instituições devem incorporar a educação financeira em suas estratégias de ESG no mercado financeiro, promovendo a conscientização sobre a importância de investimentos responsáveis, por exemplo.

Isso pode ser feito através de campanhas que destacam os benefícios de práticas sustentáveis, incentivando clientes a adotarem comportamentos financeiros alinhados com os princípios ESG.

Ao orientar os seus clientes sobre a relação entre sustentabilidade e finanças, as organizações fortalecem sua reputação e contribuem para um mercado financeiro mais ético e consciente.

 

Leia também: Educação financeira: como se adaptar à nova resolução do Banco Central

 

Case G10 Bank: promovendo a inclusão financeira na favela

 

O G10 Bank é um exemplo de como as organizações do setor podem promover a inclusão financeira e integrar práticas ESG no mercado financeiro por meio do seu modelo de negócios. Criado para atender às necessidades de comunidades carentes, o G10 Bank — “uma espécie de BNDES da favela”, nas palavras do seu fundador — tem se destacado por suas iniciativas inovadoras.

Durante o Febraban Tech 2024, Gilson Rodrigues, CEO do G10 Bank, participou do painel “A inclusão na prática: o ecossistema financeiro inclusivo para pessoas com deficiência e para a comunidade negra” e destacou que: “nós estamos olhando para uma favela ativa economicamente, que sabe o que quer, que não quer viver de doações e que busca investimentos para transformar a sua vida”.

O G10 está presente nas dez maiores favelas do Brasil e busca encontrar um novo olhar para essas comunidades. Juntas, elas têm um potencial de consumo de R$7.9 bilhões. Além disso, Gilson relembra que as 14 mil favelas do país movimentam R$200 bilhões, representando uma grande oportunidade para o mercado.

Com sua primeira agência física inaugurada em Paraisópolis, o banco já abriu mais de 5 mil contas e continua a expandir seus serviços para outras comunidades carentes.

O G10 Bank e a Dock são parceiros para promover acesso a um conjunto de serviços financeiros inclusivos, ajudando uma população que sonha em empreender — e que representa 40% da favela — a ter acesso facilitado a crédito.

Na Dock, estamos comprometidos em apoiar empresas na sua jornada rumo à sustentabilidade, oferecendo soluções tecnológicas que ajudam a promover a transformação sustentável necessária na nossa sociedade.

 

ESG no mercado financeiro: o que você viu neste artigo

 

  • O setor financeiro tem a capacidade de liderar mudanças sustentáveis através da adoção de práticas ESG.
  • As organizações do setor podem influenciar positivamente tanto suas operações internas quanto os comportamentos de clientes e parceiros.
  • Bancos e fintechs estão adotando práticas recomendadas pelo Sistema B para se destacarem em ESG no mercado financeiro, com práticas de governança responsáveis e apoio a projetos com impacto social positivo.
  • A inclusão financeira é fundamental para a redução da pobreza e promoção do desenvolvimento econômico, segundo a ONU.
  • Iniciativas como contas digitais simplificadas e microcréditos flexíveis ajudam a promover a inclusão financeira.
  • O G10 Bank é um case que mostra como as organizações podem promover inclusão financeira e práticas ESG no mercado financeiro.

 

 

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