Números do Pix: uma breve análise sobre a revolução dos pagamentos digitais

Publicado em 12 maio 2023.

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O Pix completou dois anos em novembro de 2022, quando também se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros. No mesmo ano, superou a marca de R$ 1 trilhão movimentados por mês.

Como se fosse pouco, o sistema instantâneo de pagamentos do Banco Central, que já registra mais de 147 milhões de usuários, seguiu, e segue, quebrando recordes.

No último mês, por exemplo, atingiu a marca inédita de 120 milhões de transações em um único dia. Tudo isso, de acordo com o BC, sem perder eficiência: os sistemas funcionaram com estabilidade ao longo do dia.

Também recentemente, o Pix conquistou o posto de segunda forma de pagamento instantâneo mais utilizada no planeta, ficando atrás apenas da Índia. Com 29,2 bilhões de transações em 2022, a modalidade detém 15% das operações desse tipo em todo o mundo.

Os números falam por si e dão uma pista do impacto dos meios de pagamentos digitais em acelerar a inclusão financeira e movimentar a economia como um todo.

 

O que faz do Pix um case de sucesso global

 

Durante muito tempo, a indústria de pagamentos foi caracterizada por custos de transação elevados. Basta recordar que, antes do Pix, as movimentações financeiras geralmente eram realizadas por TED ou DOC, ambos com incidência de taxas.

Dessa forma, ao permitir a transferência de recursos entre contas, em tempo real, em qualquer momento e, o mais importante, com custo zero, o Pix beneficiou especialmente a população de baixa renda – que até então priorizava formas de pagamento como dinheiro e boleto bancário.

Outro fator fundamental para o sucesso do Pix foi a explosão de contas digitais, impulsionada pelos neobanks como C6, Neon, Nubank, Pagbank, Inter, dentre outros. Essa bancarização digital da população foi um grande catalizador para o uso do Pix.

Esse movimento é confirmado por dados do Banco Central, que apontam como o sistema instantâneo de pagamentos foi ganhando espaço entre os meios de pagamento mais tradicionais até se tornar a principal opção dos brasileiros.

Ao desempenhar esse papel de acelerar a digitalização da economia e promover a inclusão financeira, o Pix ganhou destaque internacional e tem servido de inspiração mundo afora. A ideia do Bacen, inclusive, é liberar os protocolos do sistema de pagamentos instantâneo, para que outros países copiem gratuitamente a modalidade.

O BIS – Banco de Compensações Internacionais já apontou que um projeto como o Pix brasileiro pode ser benéfico para nações que desejam favorecer a interoperabilidade entre diferentes formas de pagamento, reduzir custos e promover a inclusão financeira. Aliás, o BIS hoje tem apostado fortemente no projeto Nexus, uma espécie de Pix internacional que promete facilitar transações entre mais de 60 países.

 

O que vem pela frente

 

Com a ideia de aprimorar a experiência do usuário, a cada ano o Pix amplia suas funcionalidades. Desde seu lançamento, o sistema já ganhou novas modalidades, como o Pix Saque e o Pix Troco, que permitem o saque através de estabelecimentos cadastrados e o pagamento via Pix com a opção de receber o troco em dinheiro vivo.

Para 2023, o Banco Central anunciou como prioridades para o Pix o desenvolvimento das seguintes modalidades:

  • Pix Automático– permitirá aos usuários programar pagamentos recorrentes assim como se faz hoje com o débito automático na conta corrente.
  • Pix Internacional– permitirá transações instantâneas entre usuários no Brasil e pessoas e empresas em outros países.

Também está previsto um novo dispositivo de segurança para evitar fraudes (a partir da identificação de CPFs suspeitos) e uma nova versão do Mecanismo Especial de Devolução para aumentar a eficácia do sistema de devolução de recursos que foram objeto de fraude.

 

Os impactos do Pix no varejo

 

Como meio de pagamento mais popular do país, é natural que o Pix ocupe a preferência de consumidores e lojistas. É interessante observar a dimensão dessa oportunidade e imaginar tudo que ainda está por vir quando pensamos no Pix no varejo.

De acordo com o Banco Central, o uso do Pix para pagamentos entre pessoas e empresas – incluindo varejistas – cresceu 225% entre 2021 e 2022. Já o número de transações subiu de 130 milhões para 430 milhões.

E no e-commerce? Os pagamentos com Pix também avançam ano a ano, inclusive como estratégia de descontos. Na Black Friday de 2022, cerca de 30% das lojas online que aceitaram Pix ofereceram abatimentos de 5% a 15% para o pagamento com esse meio, conforme estudo da consultoria Gmattos.

E aí, vamos conversar mais sobre Pix? Desde que entrei no universo financeiro, esse tem sido um dos meus assuntos preferidos.

 

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Rodrigo Shimizu
Chief Revenue Officer | Dock

Rodrigo Shimizu é CRO da Dock, responsável pelas áreas de negócios da empresa. Com foco na gestão dos times de marketing e vendas, direciona ofertas, produtos e estratégias de go-to-market e comercial da companhia. Tem mais de 23 anos de experiência em gestão de marketing, desenvolvimento de negócios e consultoria estratégica nos segmentos de telecomunicações, tecnologia da informação e serviços financeiros. É especialista em transformação de negócios, aceleração comercial e rentabilização de operações.

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