Pix: o sistema de pagamentos instantâneos do BC um ano após o seu lançamento
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Passado um ano do seu lançamento, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central já movimentou mais de R$ 3,9 trilhões e acumula mais de 100 milhões de usuários. Os números demonstram o sucesso do Pix, enquanto o BC adota medidas adicionais de segurança e inicia a implantação do Pix Saque e do Pix Troco.
Depois de fazer uma consulta pública para colher contribuições relevantes e de realizar um período de testes e simulações, no dia 16 de novembro de 2020, o Banco Central lançou o Pix.
Permitindo a realização de transações praticamente em tempo real 24 horas por dia, sete dias por semana, o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro foi criado com a promessa de trazer grandes mudanças para o mercado. Passado um ano, de fato o Pix alterou a dinâmica das operações financeiras, sendo considerado hoje um grande case mundial.
Mas, depois de um ano em funcionamento, o que sabemos sobre ele e qual é o cenário desse meio de pagamento no país? Responderemos a essas perguntas abordando alguns tópicos fundamentais sobre o Pix e o atual contexto. Acompanhe!
Instituições participantes do Pix
Desde o início, o BC fez questão de promover a competitividade do mercado e formatou a adesão ao seu sistema de pagamentos instantâneos de modo a garantir que essa fosse ampla e acessível a diversos agentes.
As instituições que têm mais de 500 mil contas de clientes ativas, considerando as contas de depósito à vista, contas de depósito de poupança e contas de pagamento pré-pagas são obrigadas a participar e ofertar aos seus clientes a iniciação por meio da inserção manual dos dados, chave Pix, leitura de QR Code e Pix Copia e Cola, assim como o recebimento de pagamentos. O restante das instituições financeiras e de pagamento podem participar de forma facultativa.
Assim, até outubro de 2021, o Pix contava com 761 participantes ativos, ou seja, que são autorizadas a atuar como provedoras de conta transacional. Ainda de acordo com os dados divulgados pelo BC, existem, ainda, 48 instituições na lista de participantes em processo de adesão.
Usuários e movimentação do sistema de pagamentos instantâneos do BC
Provavelmente o fato mais surpreendente sobre o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central tenha sido o acelerado número de adesões que ocorreram nesse primeiro ano de operação. Não por acaso, ele é considerado, hoje, o modelo com adesão mais rápida do mundo.
Segundo as estatísticas divulgadas mensalmente pelo BC, que mostram de forma muito visível o seu avanço, o Pix já acumula 112,6 milhões de usuários. Além disso, em menos de 12 meses – de 16 de novembro de 2020 a 31 de outubro de 2021, o Pix movimentou mais de R$ 3,9 trilhões em transações.
Como já era previsto pelo Banco Central, as operações de TED e DOC foram rapidamente substituídas pelo novo sistema. Apenas dois meses após o seu lançamento, as transações do Pix já ultrapassaram esses dois formatos.
Implementação do Pix no varejo
Já antes do lançamento do Pix, o BC revelou que um dos seus objetivos era incentivar a inovação em meios de pagamento no varejo, garantir uma maior agilidade no processamento de pedidos ou serviços e reduzir custos e taxas para o setor.
Apesar do grande potencial que representa para os varejistas, não podemos negar que o enorme sucesso do sistema de pagamentos instantâneos brasileiro nesse primeiro ano é atribuído aos usuários Pessoa Física – que representam 93,4% do total.
No entanto, as estatísticas mostram que a implementação do Pix no varejo vem aumentando gradualmente e de forma consistente. A adesão de empresas têm crescido mês a mês. Além disso, a quantidade de transações realizadas entre Pessoa Física e Empresas aumentou significativamente nos últimos meses, passando de 5% das operações totais do em novembro de 2020 para 16% em outubro de 2021.
Pix e Open Banking
Outro fato importante que vale a pena destacar em relação ao primeiro ano do Pix é que ele passou a ser integrado ao Open Banking a partir do final de outubro de 2021, quando teve início a 3ª fase de implementação do sistema financeiro aberto brasileiro.
Com a integração, passaram a ser permitidas transferências e pagamentos a partir de carteiras digitais, aplicativos de mensagens e agregadores de contas. Isso significa que o cliente não precisa mais usar os canais das instituições financeiras para realizar essas transações.
Segurança e prevenção a fraudes
Novos sistemas e meios de pagamento trazem novos desafios em termos de segurança e não foi diferente no que se refere ao Pix. Ao longo do seu primeiro ano de existência, foram registradas diferentes modalidades de tentativas de fraudes e golpes.
Atento às ocorrências, em agosto o Banco Central anunciou mudanças nas regras para reduzir a vulnerabilidade do sistema de pagamentos instantâneos e, desde 4 de outubro, ficou estabelecido o limite de transferência de R$ 1.000,00 entre 20h e 6h para PF e MEIs.
Além disso, no dia do aniversário de um ano do Pix, entraram em vigor novos mecanismos de aprimoramento da segurança. Com as medidas adicionais, as instituições podem efetuar um bloqueio preventivo de recursos por até 72h em caso de suspeita de fraude. Ademais, a notificação de infração passa a ser obrigatória e uma nova funcionalidade permite a consulta de informações vinculadas às chaves Pix para fins de segurança.
Vale notar ainda que com as novas normas, o BC ampliou a responsabilização das instituições que ofertam Pix por fraudes decorrentes de falhas nos seus próprios mecanismos de gerenciamento de riscos.
Portanto, trata-se também de um incentivo para que os participantes do sistema aprimorem cada vez mais os seus mecanismos de segurança e prevenção, o que é possível por meio de soluções antifraude robustas e eficientes.
Próximas etapas do Pix
Está previsto para o dia 29 de novembro de 2021 o lançamento de duas novas funcionalidades do sistema de pagamentos instantâneos do BC: o Pix Saque e o Pix Troco. O objetivo é beneficiar cidadãos, pequenos lojistas e estabelecimentos comerciais em geral.
Com a novidade, redes de departamento, padarias, supermercados e outras lojas físicas podem disponibilizar o serviço e receber pelas operações. A tarifa pode variar de R$ 0,25 a R$ 0,95 por transação, a depender da negociação com a instituição de relacionamento do comerciante.
Possibilitando que as pessoas realizem saques gratuitos em diferentes locais e não mais apenas em caixas eletrônicos, as novidades oferecem mais uma opção de acesso ao dinheiro físico.
Por fim, ainda, nos próximos meses devem ser lançadas outras funcionalidades, como Pix Débito automático, Pix Offline, Pix Aproximação e Pix Garantido.
Pix: o sistema de pagamentos instantâneos do BC um ano após o seu lançamento
Quer saber mais sobre esse primeiro ano de Pix? O BC fez um evento online para celebrar a data.
Sistema de pagamentos instantâneos do BC: o que você viu neste artigo
- O Pix foi lançado no dia 16 de novembro de 2020 e, um ano após o seu lançamento, é considerado um case de sucesso mundial.
- O sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central tem 761 instituições financeiras e de pagamentos como participantes ativas e 48 estão em processo de adesão.
- Em menos de 12 meses, o Pix acumula 112,6 milhões de usuários e já movimentou R$ 3,9 trilhões em transações.
- As estatísticas mostram que a implementação do Pix no varejo está aumentando gradualmente e de forma consistente.
- O Pix foi integrado ao Open Banking a partir do início da 3ª etapa de implantação do sistema financeiro aberto no país.
- Após um ano de operação, o BC adotou medidas adicionais para trazer mais segurança às transações com o Pix e está incentivando as instituições participantes a investirem na prevenção de fraudes.
- Em breve, serão lançadas novas funcionalidades do Pix, como Pix Débito automático, Pix Offline, Pix Aproximação e Pix Garantido.
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