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ITP Open Finance: como o sistema está revolucionando a forma como o brasileiro paga

Publicado em 17 dez 2025. 12 minutos de leitura
ITP Open Finance: como o sistema está revolucionando a forma como o brasileiro paga

O ITP Open Finance vem se consolidando como uma das evoluções mais significativas do ecossistema financeiro brasileiro. Depois de alguns anos focado no compartilhamento de dados, o Open Finance entra em uma fase muito mais madura e lucrativa com o Iniciador de Transações de Pagamento. Se antes a integração entre empresas e bancos era apenas informacional, agora ela se torna transacional, e isso muda tudo na experiência do usuário e na lógica dos negócios digitais.

O cenário de pagamentos de 2025 deixa evidente esse ponto. O consumidor, acostumado à velocidade do Pix, começou a perceber que ainda existe fricção na jornada de checkout: copiar e colar um código, alternar entre aplicativos, fazer login no banco, confirmar a operação e retornar ao ambiente de compra não é exatamente algo simples.

Acontece que, na jornada de consumo, quanto mais telas e interrupções, maior o risco de desistência. Dessa forma, o ITP Open Finance surge justamente como a ferramenta que elimina esses passos, permitindo pagar sem sair do ambiente de compra.

Por isso, neste artigo, aprofundaremos como a funcionalidade do Iniciador de Transações de Pagamento transforma o Open Finance de um sistema de consulta para um sistema de ação, e como essa integração impacta a conversão, fidelização, segurança e novos modelos de negócio.

 

O que ITP, Open Finance e Pix têm em comum?

 

Para entender o impacto da iniciação de pagamentos, é importante visualizar o papel de cada elemento desse ecossistema e relembrar cada conceito.

 

Open Finance

É a infraestrutura que permite que usuários autorizem empresas a acessar informações financeiras e iniciar transações em seu nome. Isso acontece por meio de APIs padronizadas, definidas por normas do Banco Central e pelo Open Finance Brasil.

Open Finance O sistema financeiro aberto permite que os clientes tenham maior controle sobre seus dados financeiros. Esse modelo regulatório possibilita o compartilhamento seguro dessas informações entre diferentes instituições, sempre mediante consentimento.

É como se os bancos e instituições de pagamento tivessem finalmente aprendido a “falar a mesma língua”, abrindo portas para inovações que antes eram impossíveis ou financeiramente distantes.

 

Iniciador de Transação de Pagamento (ITP)

O ITP é uma tecnologia que conecta o usuário ao seu banco e simplifica a realização de pagamentos. Quando o cliente dá seu consentimento, o sistema envia ao banco a solicitação para fazer a transferência, funcionando como um mensageiro autorizado dentro do Open Finance.

Sem armazenar credenciais, manipular valores ou interferir no fluxo financeiro, o ITP atua como um verdadeiro “mordomo digital”: recebe a autorização, aciona o pagamento diretamente no banco e garante que tudo seja feito de forma automática e segura.

Pix

O Pix, por sua vez, é o trilho que transporta o dinheiro de um ponto ao outro. Quando dizemos que o ITP é o “veículo” e o Pix é o “trilho”, significa que a experiência depende de como essa transferência é acionada.

Sem ITP, o Pix exige ações manuais. Com o Iniciador de Transações de Pagamento, ele vira uma experiência fluida dentro do ambiente do varejo, das carteiras digitais e dos aplicativos corporativos.

A combinação entre padronização do Open Finance, automação do ITP e velocidade do Pix mostra exatamente o que esses sistemas têm em comum: todos trabalham juntos para transformar os pagamentos em algo instantâneo, sem fricção e totalmente integrado à experiência digital do usuário.

 

O novo cenário de pagamentos com o ITP Open Finance

 

O ITP Open Finance traz diversos impactos para a jornada de pagamento digital. A seguir, detalhamos os principais. É importante notar que cada ponto mostra como essa inovação melhora conversão, reduz fricções e reforça a segurança para varejistas e consumidores.

 

A jornada sem fricção

O grande diferencial do ITP é transformar o pagamento em algo quase imperceptível, rápido e seguro, o que chamamos de jornada sem fricção ou jornada “frictionless”.

Por exemplo, quando um cliente navega em um e-commerce, após escolher o produto basta ir para o checkout, clica em “Pagar com Pix via Open Finance” e, em segundos, ocorre o redirecionado para uma tela de autenticação no banco, ou nem isso, no caso de pagamentos recorrentes com token aprovado. Ou seja, não é necessário passar pela etapa de “copiar e colar”.

Estudos do Baymard Institute mostram que melhorias no fluxo de checkout podem aumentar as taxas de conversão em até 35% ao corrigir problemas de usabilidade, reduzindo fricções como excesso de campos ou etapas desnecessárias.

 

Redução do abandono de carrinho

O abandono de carrinho é um dos maiores vilões do e-commerce brasileiro. De acordo com o E-commerce Radar, mais de 80% das compras iniciadas nas plataformas on-line não são finalizadas.

Segundo o levantamento, entre os fatores que levam à desistência está o processo de checkout considerado complexo.

O ITP Open Finance reduz drasticamente esse problema, porque elimina as microinterrupções do processo. A experiência se aproxima do cartão “one-click”, só que com custos muito menores e com liquidação instantânea.

 

Segurança reforçada

Outro ponto crucial é a segurança. Ao contrário do Pix manual, que é alvo de fraudes como envio de QR falso ou engenharia social, a transação via ITP acontece sempre dentro do ambiente seguro da instituição financeira.

Essa arquitetura reduz ataques e protege tanto consumidores quanto empresas, uma vez que:

  • O iniciador não acessa credenciais;
  • O dinheiro não passa por contas intermediárias;
  • O usuário é autenticado diretamente no banco;
  • Todas as etapas seguem regras rígidas do Open Finance Brasil.

 

Como a integração ITP Open Finance potencializa novos modelos de negócio

 

A chegada do ITP Open Finance vai muito além de uma simples melhoria no fluxo de pagamentos. Ela transforma modelos de negócio já existentes ao permitir que empresas deixem de operar apenas com dados e passem a executar ações financeiras de forma automatizada.

Em resumo, podemos falar de uma elevação da eficiência dos serviços atuais e ampliação do alcance das soluções, abrindo espaço para experiências mais inteligentes, fluidas e competitivas, como as que listamos a seguir.

 

Agregadores financeiros (PFMs)

Antes, esses aplicativos só mostravam informações da vida financeira do usuário, como saldo, gastos e extratos. A partir do ITP Open Finance, essas plataformas podem executar ações de forma automática e segura, tais como:

  • Transferir dinheiro entre contas para evitar cair no cheque especial;
  • Recarregar a carteira digital quando o saldo estiver baixo;
  • Pagar contas no melhor dia para não faltar dinheiro;
  • Mover dinheiro para onde ele rende mais, sem que o usuário precise lembrar.

E-commerce e marketplaces

O comércio digital talvez seja o maior beneficiado imediato do ITP Open Finance. Segundo a E-commerce Data Library da PCMI, o Pix respondeu por cerca de 40% do volume de pagamentos online no Brasil em 2024, e essa participação só tende a crescer com jornadas cada vez mais simples. Com o ITP Open Finance:

  • O checkout se torna totalmente nativo;
  • O pagamento acontece na hora;
  • O risco de falhas e fraudes diminui:
  • O custo é menor do que o dos cartões;
  • A conciliação praticamente se automatiza.

Pagamentos B2B

Empresas que hoje dependem de múltiplos portais bancários podem operar tudo via API, de forma centralizada. Isso reduz erros, libera times de backoffice e acelera ciclos de pagamento. Na prática, a iniciação de pagamentos promete resolver gargalos clássicos, como:

 

O papel do Pix Automático na estratégia de ITP Open Finance

 

O lançamento do Pix Automático pelo Banco Central reforçou a posição do Brasil como referência mundial em pagamentos digitais. Em resumo, o Pix Automático é a evolução do Pix tradicional para situações de recorrência: o usuário autoriza previamente uma cobrança, e os pagamentos futuros são debitados automaticamente, sem precisar abrir o app do banco ou escanear QR Code.

Mas existe um ponto importante nesse mecanismo: alguém precisa iniciar esses débitos recorrentes de forma segura e padronizada, e esse “alguém” é justamente o Iniciador de Transação de Pagamentos (ITP).

Isso significa que o ITP funciona como o motor que envia o comando ao banco sempre que uma cobrança recorrente estiver programada, garantindo execução automática e sem fricções.

Para as empresas, isso significa a possibilidade de criar modelos de assinatura com custos muito menores do que os cartões, sem problemas de validade expirada, sem falhas por limite insuficiente e com uma autenticação inicial simples e transparente.

Já para setores que dependem de pagamentos mensais (como academias, serviços digitais, SaaS, educação, streaming e clubes de assinatura), a combinação entre Pix Automático e ITP deve reduzir a inadimplência, acelerar recebíveis e diminuir o custo de cobrança.

 

Desafios e regulação do ITP Open Finance no Brasil

 

UX/UI padronizada

O Open Finance Brasil possui guias detalhados para garantir que a experiência de uso seja consistente. Não é permitido “inventar” telas que confundam o cliente. A jornada precisa ser clara, com botões e instruções padronizadas, justamente para evitar fraudes e garantir familiaridade.

Isso significa que empresas que querem atuar como iniciadoras devem seguir padrões que vão desde o texto dos botões até o comportamento dos fluxos.

 

Consentimento e VRP (Pagamentos Recorrentes Variáveis)

Outro ponto central da regulação é a gestão de consentimentos. No Open Finance, o usuário tem controle total sobre quem pode acessar suas informações e iniciar pagamentos em seu nome.

Além das autorizações pontuais, o modelo brasileiro evolui para os Pagamentos Recorrentes Variáveis (VRP), que permitem autorizar uma cobrança contínua dentro de limites pré-definidos, algo essencial para assinaturas e serviços mensais.

O grande desafio é garantir que esse processo seja totalmente transparente. O usuário precisa conseguir visualizar facilmente todos os consentimentos ativos, entender seus valores e limites, além de ter liberdade para renová-los ou cancelá-los quando quiser.

A interface do ITP tem papel fundamental nisso, pois é por meio dela que o consumidor consegue exercer esse controle de maneira simples e segura.

Com regras cada vez mais claras e exigentes, operar em conformidade no ITP Open Finance exige domínio técnico, atenção às jornadas e atualização constante às normas do Banco Central.

 

ITP Open Finance: o que você viu neste artigo

 

  • O ITP transforma o Open Finance de um sistema apenas informacional para um modelo transacional, capaz de acionar pagamentos de forma automática e segura.
  • O sistema elimina fricções do Pix manual e aumenta a conversão ao permitir pagamentos sem sair do ambiente de compra.
  • A redução de etapas no checkout diminui o abandono de carrinho e melhora a experiência do usuário.
  • O ITP potencializa novos modelos de negócio, desde PFMs mais inteligentes até e-commerces com fluxos de pagamento nativos.
  • A regulação do Open Finance exige padrões rígidos de UX e consentimento, e empresas preparadas estarão à frente na inovação em pagamentos.

 

FAQ: perguntas frequentes sobre ITP Open Finance

 

O que faz exatamente um Iniciador de Transação de Pagamento (ITP)?

 

O ITP é a tecnologia que envia ao banco, em nome do usuário e com consentimento, a solicitação de pagamento. Esse sistema não acessa senhas nem manipula dinheiro, apenas aciona a transferência direto na instituição financeira, permitindo pagar sem sair do ambiente de compra.

 

Qual a diferença entre o Pix tradicional e o Pix via ITP?

 

No Pix manual, o usuário precisa copiar código, alternar apps e fazer login no banco. Com o ITP, o pagamento é iniciado automaticamente no checkout e o usuário só autentica no banco, reduzindo etapas, fricção e desistências.

 

Minha empresa precisa de licença do Banco Central para usar ITP?

 

Para ser um ITP direto é necessário obter uma licença de Instituição de Pagamento (modalidade Iniciador) junto ao BC, o que envolve altos custos de capital e compliance. No entanto, empresas podem oferecer essa tecnologia através de parceiros de Banking as a Service (como a Dock), consumindo as APIs de iniciação sem precisar se tornar uma instituição regulada, acelerando o time-to-market.

 

O ITP Open Finance é seguro?

 

Sim. A transação ocorre sempre no ambiente do banco do usuário e segue regras rígidas do Open Finance. O iniciador não guarda credenciais, não toca no dinheiro e reduz riscos comuns do Pix manual, como QR falsos e golpes de engenharia social.

 

Como o ITP melhora a conversão no e-commerce?

 

Ao remover etapas do checkout, o ITP reduz o abandono de carrinho e torna o pagamento tão simples quanto um “one-click”, mas com liquidação instantânea e custo muito menor do que o de cartões.

 

O ITP permite pagamentos recorrentes?

 

Sim. Com VRP e Pix Automático, o usuário autoriza cobranças contínuas dentro de limites definidos. Isso torna modelos de assinatura mais eficientes, reduz inadimplência e substitui dependência de cartões.

 

Quais setores mais se beneficiam do ITP Open Finance?

 

E-commerces, wallets, serviços de assinatura, PFMs e empresas B2B que precisam automatizar pagamentos, conciliação e movimentações entre contas. Todos ganham com menos fricção, mais automação e maior segurança.

 

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