Prevenção de fraude e seu importante papel no estímulo da inclusão financeira

Publicado em 14 fev 2023.

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A evolução mercado de pagamentos e banking acelerou a bancarização, permitindo que mais usuários tivessem acesso a serviços financeiros. Agora, caminhamos para uma “nova onda da inclusão financeira”, com a plena utilização das soluções pelos usuários e acesso a produtos de crédito, investimentos, seguros, entre outros. Nesse novo cenário, a prevenção de fraude segue exercendo papel fundamental para impulsionar o acesso a produtos e incentivar o uso dos meios eletrônicos.

Partindo desse contexto, convidamos Fabricio Ikeda, Head of Fraud Protection and Compliance for Global Partners & Alliances da FICO para falar sobre as principais questões que conectam os temas inclusão financeira e prevenção de fraude. Confira como foi a nossa conversa.

 

Como você vê a prevenção de fraude no papel de estímulo à verdadeira inclusão financeira?

 

A prevenção de fraude tem tudo a ver com a inclusão financeira: ela contribui para acelerar a aceitação de novos clientes, atender uma população que não necessariamente seria contemplada se não estivesse disponível um meio de pagamento seguro e democratizar produtos financeiros.

Existem vários exemplos para ilustrar essa relação, como o uso do dinheiro em espécie que por motivos de segurança não era transportado em grandes quantias pelo consumidor. Em contrapartida, hoje temos os pagamentos instantâneos como o Pix que cumprem esse papel no dia a dia da população, e isso só acontece porque há garantia de que o pagamento é realizado, que o canal é seguro e a transação não expõe o usuário.

Além disso, na América Latina já se tem em conta que garantir a segurança da informação é vital para os pagamentos financeiros. Segundo pesquisa da FICO, 74% dos brasileiros estão de acordo e entendem que a exigência de autenticação tem o objetivo de proteção de risco. Já está enraizado na nossa cultura que a verificação de fraude ajuda a utilizar serviços e produtos financeiros.

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Podemos dizer que há uma relação entre a aceleração do movimento de bancarização e o crescimento de fraudes?

 

Existe uma relação, mas não é tão grande quanto a gente imagina. Há um crescimento de ocorrências relacionado à digitalização dos meios de pagamento e ao fato de que os fraudadores ampliaram o portfólio de ataques.

Mas esses ataques aumentaram de maneira geral, não são focados na parcela específica da população que teve acesso ao meio financeiro. Até porque as próprias instituições financeiras são cientes das possíveis fragilidades e de como o cliente utiliza os serviços, além de investirem em um processo de conscientização muito forte.

Prova de que a fragilidade não está associada a esse novo grupo é que algumas preferências se assemelham independentemente da idade, gênero ou classe social do usuário de serviços financeiros. Por exemplo, sobre o uso do meio de autenticação no Brasil, a impressão digital é mais aceita por 64%, o reconhecimento facial por 61%, o SMS por 24%, e assim sucessivamente. Existem pequenas variações, mas de modo geral vemos preferências em comum dentro das diversas camadas da população na hora de proteger seu patrimônio.

 

Hoje é comum que fintechs e empresas de fora do segmento criem seus próprios braços financeiros. O que elas devem considerar em relação à prevenção de fraude e proteção do usuário?

 

O universo financeiro brasileiro é um dos mais avançados do mundo, considerando toda a tecnologia e soluções que temos. E de uns tempos pra cá temos empresas que não estavam acostumadas a oferecer serviços financeiros começando a trabalhar com essa possibilidade por meio do fenômeno do embedded finance.

O grande desafio é a falta de maturidade decorrente de entrar em um mercado novo sem o conhecimento de anos que os bancos tradicionais já possuem. Então, a parte de mitigação de riscos e de fraudes acaba sendo uma prioridade secundária ou, às vezes, até terciária para essas empresas entrantes, quando deveria ser parte do modelo de negócio.

Os riscos inerentes devem ser considerados desde a concepção dos novos produtos e serviços que essas empresas vão trazer ao mercado. Basta um problema para gerar não apenas perdas financeiras mas também risco reputacional.

Citando novamente a pesquisa da FICO, vimos que 80% dos brasileiros trocariam de prestador de serviço se esse estivesse envolvido em um escândalo de corrupção ou lavagem de dinheiro.

 

E quais os reflexos da prevenção de fraude na questão da experiência do cliente para que os novos usuários de serviços financeiros sigam engajados?

 

Com certeza há um impacto da prevenção de fraude na experiência do cliente. Ninguém quer fazer uma transação genuína e ter essa operação recusada de maneira indevida. E isso vale para todas as partes envolvidas. No lado empresarial, todos querem que a transação seja aprovada para gerar mais negócios.

Mesmo que haja a recusa, tem a questão de como lidar com essas situações e mostrar para o usuário que aquilo ocorreu por uma preocupação de risco de fraude. É transformar uma experiência, que inicialmente era negativa pela recusa, em positiva pela consciência de que a instituição está protegendo os interesses pessoais do cliente.

No Brasil, diante de uma transação recusada indevidamente, 12% consideram trocar de provedor no caso de transação online. No caso de transação presencial, 15% consideram a troca. A média global é de alguns pontos percentuais acima, o que mostra que o brasileiro é um pouco mais flexível.

De qualquer forma, isso também reflete a nossa realidade. Hoje operamos tudo em segundos. Ninguém gosta de esperar um carro de aplicativo por mais de cinco minutos, imagina realizar uma transação com cartão de crédito ou Pix e ter que esperar 30 segundos ou um minuto para validá-la. Então, tudo isso afeta muito a experiência do cliente.

 

Há diferenças consideráveis entre países da América Latina em relação à prevenção de fraude e experiência do usuário?

 

Na América Latina há pequenas variações quando pensamos em cartões de crédito ou débito. Já na questão de pagamentos instantâneos, o Brasil se destaca com o Pix. Inclusive alguns países da região já começam a conversar mais com o Banco Central brasileiro para entender esse nosso caso de sucesso.

O México já havia implantado o seu sistema de pagamentos instantâneos (CoDi) antes do Pix e mesmo assim o Brasil superou em termos de números e agilidade na implementação.  Por que trago isso? Para dizer que o México tem suas particularidades, assim como o Peru, Colômbia, Chile, Equador e outros países.

Existem pequenas variações nas formas de golpes, no tipo de ingresso indevido em canais digitais, na maneira de abrir contas falsas e assim por diante.

 

Qual a sua percepção dos diferentes níveis de bancarização e do uso do dinheiro em espécie na América Latina?

 

Ainda temos o desafio do uso elevado do dinheiro em espécie em países como México e Colômbia. Vejo que existe uma grande oportunidade em iniciativas de inclusão financeira e bancarização, além de muitos exemplos que podem ser observados, como o do Brasil.

Olhando para fora da América Latina, temos o caso da África, com muitas transações realizadas pelo celular. Cito esse exemplo porque a inclusão financeira também tem a ver com a tecnologia disponível, o local, a cultura e a experiência do usuário. É como no caso do WhatsApp, que é um sucesso aqui no Brasil e pouco conhecido nos EUA, ou seja, tem muito a ver com a questão cultural também.

 

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Na comparação entre América Latina e o restante do mundo, você enxerga outras particularidades da nossa região em relação à prevenção de fraude?

 

Além da diferença cultural, o momento socioeconômico que a América Latina vive é um pouco diverso das outras regiões mais estabelecidas. Aqui temos uma maioria de países em desenvolvimento, tem a questão da maturidade financeira. E como falamos, a segurança pública é também um fator importante quando se trata de prevenção de fraude ou bancarização.

Como uma das instituições financeiras mais relevantes da América Latina atua na prevenção à fraude? Conheça o case da XP:

 

 

A FICO possui uma solução focada em avaliação de risco de crédito. Como a empresa enxerga o crédito em relação à inclusão financeira?

 

A FICO busca trabalhar a inclusão financeira do ponto de vista do ESG, no sentido social de acessar dados alternativos para buscar a inclusão da população antes não atendida.

Quando precisamos realizar algum tipo de consulta de pessoa física é importante que esse sujeito tenha um histórico creditício ou financeiro para que a gente consiga gerar um cadastro, positivo ou não. Mas, o que acontece com populações que não têm nenhum tipo de informação financeira?

É essa a grande pergunta que tentamos responder utilizando dados alternativos. Por exemplo, se a pessoa trabalha com um aplicativo de entregas, podemos entender quanto ela gera de receita e chegar a uma classificação para oferecer de maneira proativa um empréstimo com uma taxa aceitável.

O fato da pessoa não estar incluída financeiramente não significa que o risco seja muito alto e que ela precise no acesso ao crédito ser penalizada por taxas fora de mercado. Então, o papel que a FICO exerce, nesse sentido de inclusão financeira, tem a ver com fornecer um crédito de maneira mais democrática.

 

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Dock & FICO juntas para acelerar a inclusão financeira

 

A FICO é nossa parceira na oferta de uma solução antifraude com a melhor tecnologia do mercado, entregue em um modelo inovador, acessível e pay-as-you-go.

É assim que, juntas, contribuímos para que bancos, fintechs e empresas de qualquer porte ou segmento possam entregar proteção de alto nível desde os primeiros passos de suas soluções financeiras – e de seus clientes as utilizando.

Saiba mais sobre nossa solução de Fraud Prevention e como contribuímos para impulsionar a inclusão por meio da prevenção de fraude:

 

 

Resumo: Inclusão financeira e Prevenção de Fraude

 

  • A prevenção de fraude acelera a aceitação de novos clientes, atende uma população que não necessariamente seria atendida se não estivesse disponível um meio de pagamento seguro e democratiza produtos financeiros;
  • Ao mesmo tempo em que a inclusão financeira abre portas, temos mais riscos sendo expostos e mais fraudadores que vão buscar essas fragilidades no sistema bancário;
  • Mitigação de riscos e de fraudes acaba sendo uma prioridade secundária ou às vezes até terciária para essas empresas entrantes do universo financeiro, quando deveria ser parte do caso de negócio;
  • No Brasil, diante de uma transação recusada indevidamente, 12% consideram trocar de provedor no caso de transação online. No caso de transação presencial, 15% consideram a troca;
  • Inclusão financeira também tem a ver com a tecnologia disponível, o local, a cultura e a experiência do usuário;
  • O fato da pessoa não estar incluída financeiramente não significa que o risco seja muito alto e que ela precise no acesso ao crédito ser penalizada por taxas fora de mercado.

 

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