Drex: expectativas, desafios e oportunidades para bancos, fintechs e empresas que oferecem serviços financeiros

Publicado em 02 set 2024.

Tempo de leitura 12 minutos de leitura

O Drex, a nova moeda digital brasileira, está prestes a revolucionar o mercado financeiro do país. Com segurança garantida, a novidade permite realizar pagamentos offline, além de contribuir para a inovação de produtos e serviços financeiros.

Anunciado como uma evolução do real digital, o Drex promete transformar a forma como transações financeiras são realizadas, trazendo uma série de benefícios e desafios para bancos, fintechs e empresas que oferecem serviços financeiros.

A expectativa é alta, especialmente após o Febraban Tech 2024, maior evento financeiro da América Latina, no qual o Drex foi um dos temas de destaque.

Neste artigo, abordamos como o Drex funciona, quais são as expectativas em torno da novidade e quais são os principais desafios e oportunidades que a moeda traz para quem atua no setor de pagamentos e banking.

 

O Drex e a evolução do projeto do Banco Central

 

O Drex é uma moeda digital emitida pelo Banco Central do Brasil – ou seja, se encaixa na categoria de Central Bank Digital Currency, mais conhecida pela sigla CBDC. Ele foi projetado para funcionar de forma integrada ao sistema financeiro  existente.

Utilizando a tecnologia blockchain, o Drex promete trazer mais segurança e eficiência às transações financeiras. A ideia é que a moeda possa ser usada para compras, pagamentos e envio e recebimento de dinheiro nacional e internacional.

Durante o painel Com o Drex, a tokenização chega ao mercado institucional, que aconteceu no Febraban Tech 2024, o Drex foi apresentado como uma oportunidade emergente. O projeto, que começou em janeiro de 2023, avançou nos testes em 2024, o que deve continuar acontecendo no próximo ano.

Atualmente, a iniciativa conta 16 consórcios que trazem casos de uso para otimizar o desenvolvimento do Drex, mas a ideia é, em breve, ampliar a quantidade de participantes dos testes.

Sobre o drex, a moeda digital brasileira

 

Tokenização e o estado atual de desenvolvimento

 

A tokenização é um processo que converte direitos sobre um ativo em um token digital. No contexto do Drex, a tokenização permitirá que ativos financeiros sejam representados digitalmente, facilitando transações seguras e transparentes.

O Banco Central já iniciou a segunda fase de implementação do Drex, com testes envolvendo grandes instituições financeiras, como o Banco do Brasil, que está explorando a possibilidade de realizar pagamentos com a moeda digital.

Ainda, durante o Febraban Tech 2024, Renata Petrovic, superintendente de Inovação do Bradesco, ressaltou a abordagem colaborativa do modelo, que se vale da tecnologia Open Source para o seu desenvolvimento.

 

Expectativa de bancos e fintechs para a implantação

 

De acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, 56% dos bancos têm o Drex como prioridade estratégica.

Isso demonstra a enorme expectativa do mercado financeiro em relação à implementação da moeda digital, principalmente depois do enorme sucesso do Pix e do Open Finance.

Para Marcos Brasiliano Rosa, vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, uma das grandes expectativas do Drex é a performance operacional da nova moeda, o que exige investimento em infraestrutura tecnológica e capacitação de pessoal para garantir uma transição suave.

A preparação envolve a atualização de sistemas de TI para suportar a moeda digital e a adaptação de processos internos para integrar o Drex de forma eficiente. Além disso, as instituições estão focando em desenvolver habilidades nos funcionários para lidar com as novas demandas tecnológicas e operacionais que o Drex trará.

Outro ponto de atenção é a segurança cibernética. Com o Drex, a proteção de dados e a prevenção de fraudes são ainda mais importantes. Bancos estão implementando medidas rigorosas de segurança para garantir que as transações sejam realizadas de maneira segura e que os dados dos clientes estejam protegidos.

Isso inclui o uso de autenticação multifatorial e tecnologias de criptografia avançada, essenciais para manter a confiança dos consumidores e garantir a integridade do sistema financeiro.

Além disso, a interoperabilidade entre diferentes plataformas financeiras será fundamental para o sucesso do Drex. Bancos e fintechs estão colaborando para desenvolver soluções que permitam que o Drex funcione de maneira integrada com outras iniciativas digitais, como o Open Finance. Essa colaboração visa criar um ecossistema financeiro mais coeso e eficiente, que possa oferecer uma experiência de usuário otimizada e facilitar a inclusão financeira em larga escala.

ecossistema drex como funciona

 

Como bancos e fintechs estão se preparando para a chegada do Drex

 

A preparação para a chegada do Drex envolve uma série de ações e medidas. Entre elas, estão a modernização de sistemas, a integração de novas tecnologias e o treinamento de equipes.

As instituições que atuam no setor de banking e pagamentos estão trabalhando em estreita colaboração com o Banco Central para garantir que todas as exigências regulatórias sejam cumpridas. Além disso, estão investindo em tecnologias de segurança avançadas a fim de criar mecanismos para proteger as transações realizadas com o Drex.

Um exemplo é a própria Caixa, que está na vanguarda desse processo. Para se preparar para o Drex, o banco aposta em investimento em TI e parcerias estratégicas. Ademais, tem um laboratório com especialização em Blockchain para testar e desenvolver soluções dessa tecnologia, além de uma equipe dedicada para tocar esse especificamente esse projeto dentro da instituição.

 

Por que tanta expectativa em torno do Drex? Quais os benefícios da moeda digital

 

Como é possível perceber, o Drex promete revolucionar o sistema financeiro com uma infraestrutura que facilita a integração de serviços financeiros em tempo real, promovendo agilidade e segurança.

Um exemplo de uso esperado é a capacidade de realizar transações internacionais de forma mais eficiente, com taxas reduzidas e maior transparência. Isso será especialmente vantajoso para pequenas empresas que buscam expandir seus mercados além das fronteiras nacionais.

A possibilidade de realizar pagamentos offline é uma das inovações mais aguardadas, prometendo tornar as transações financeiras ainda mais acessíveis e convenientes.

Além disso, o Drex tem o potencial de fomentar a inclusão financeira, permitindo que mais pessoas tenham acesso a serviços financeiros de qualidade.

O sucesso do Pix, que transformou os pagamentos no Brasil, serve como um indicativo do potencial do Drex, que promete oferecer transações rápidas, seguras e sem fricção, atendendo à crescente demanda por soluções de pagamento eficientes.

O Drex também pode simplificar os processos de concessão de crédito, tornando mais fácil para os consumidores obterem financiamento com condições mais favoráveis. Isso, aliado à capacidade de integrar contratos inteligentes, pode automatizar e agilizar acordos financeiros, reduzindo a burocracia e os custos associados.

Essas inovações prometem aumentar a eficiência do sistema financeiro e melhoram a experiência do usuário, tornando o Drex uma solução altamente esperada no mercado.

 

Principais desafios da implementação do Drex

 

Um projeto tão grandioso e impactante não apenas para o setor financeiro, mas para a sociedade de forma geral, como era de se esperar, também envolve uma série de desafios. A seguir detalhamos alguns dos principais envolvidos na implementação do Drex.

 

Segurança e privacidade

A segurança e a privacidade das transações são as principais preocupações do Banco Central e das instituições do setor, exigindo mecanismos robustos para proteger os dados dos usuários.

Aliás, a segurança é fundamental para conquistar confiança dos usuários no Drex. Implementar mecanismos robustos de proteção, como criptografia avançada e autenticação multifatorial, será essencial para proteger os dados dos usuários contra fraudes e ataques cibernéticos.

Sendo assim, bancos, fintechs e empresas que oferecem serviços financeiros precisam investir em tecnologias de ponta para garantir que as transações sejam seguras e que a privacidade dos dados dos clientes seja mantida.

 

Educação financeira

A falta de conhecimento da população sobre moedas digitais é um fator que pode dificultar a adoção do Drex em um primeiro momento.

Portanto, campanhas de educação financeira são essenciais para garantir que todos compreendam os benefícios e a funcionalidade da nova moeda digital.

Nesse sentido, será importante que o Banco Central e as instituições atuem de forma conjunta para levar informações relevantes para os consumidores.

 

Conformidade regulatória

A conformidade regulatória é outro desafio relacionado ao Drex. As instituições precisam garantir que todas as suas operações com a moeda digital estejam em conformidade com as regulamentações locais e internacionais, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil.

Isso envolve a implementação de medidas rigorosas de segurança de dados e a manutenção de registros detalhados das transações.

 

Integração com sistemas legados

A integração do Drex com os sistemas legados das instituições financeiras pode ser um desafio técnico.

Muitas instituições utilizam sistemas antigos que podem não ser compatíveis com as novas tecnologias necessárias para operar com o Drex. A modernização desses sistemas requer investimentos e essa é uma das razões pelas quais os bancos já estão se preparando.

 

Drex e as oportunidades de negócios e novos serviços financeiros

 

O Drex abre um leque de oportunidades para inovação e desenvolvimento de novos serviços financeiros. A moeda digital pode estimular a colaboração entre diferentes atores do mercado, promovendo a criação de soluções financeiras mais eficientes e acessíveis.

Bancos, fintechs e outras empresas atuantes no setor podem, por exemplo, desenvolver novos produtos e serviços, como carteiras digitais, soluções de pagamento e plataformas de investimento, aproveitando as vantagens oferecidas pelo Drex.

 

Fomento à inovação e colaboração

A introdução do Drex é um grande estímulo à inovação e à colaboração entre bancos, fintechs e empresas de tecnologia. Com a moeda digital, é possível desenvolver soluções financeiras mais avançadas e integradas, que atendam às necessidades dos consumidores de maneira mais eficiente.

As instituições podem trabalhar juntas para criar ecossistemas financeiros mais robustos e interconectados, impulsionando o desenvolvimento de novas soluções.

 

Desenvolvimento de novos produtos e serviços

O Drex permite que empresas desenvolvam novos serviços financeiros e produtos financeiros. As carteiras digitais, por exemplo, podem oferecer funcionalidades avançadas, como pagamentos instantâneos, transferências internacionais e gerenciamento de ativos digitais.

Além disso, soluções de pagamento baseadas no Drex devem proporcionar transações mais rápidas e seguras, enquanto as plataformas de investimento poderão oferecer novos instrumentos financeiros baseados na moeda digital.

 

Inclusão financeira

O Drex tem o potencial de promover a inclusão financeira, permitindo que mais pessoas tenham acesso a serviços financeiros de qualidade.

A moeda digital pode facilitar a abertura de contas e o acesso a crédito para populações desbancarizadas ou sub-bancarizadas, contribuindo para a redução da desigualdade financeira. Além disso, ao proporcionar maior transparência e segurança nas transações, o Drex aumenta a confiança das pessoas no sistema financeiro.

 

Redução de custos operacionais

A adoção do Drex pode levar à redução de custos operacionais para as instituições que atuam no setor. A digitalização das transações e a automação dos processos reduzem a necessidade de intermediários e diminuem as despesas com infraestrutura física.

Isso permite que as empresas ofereçam serviços financeiros a custos mais baixos, beneficiando tanto as instituições quanto os consumidores.

Quer saber mais sobre o Drex? Confira esta live realizada pelo Banco Central do Brasil sobre o tema:

 

A Dock está acompanhando de perto o desenvolvimento do Drex

 

Sempre atenta às novidades do mercado financeiro, a Dock também está acompanhando de perto a evolução da moeda digital do Banco Central do Brasil.

Estamos comprometidos em oferecer suporte contínuo aos nossos clientes, ajudando-os a navegar pelos desafios e aproveitar as oportunidades trazidas pelo Drex.

Com a Dock, a sua empresa estará pronta para enfrentar o futuro do mercado financeiro com confiança e segurança. Conheça todas as nossas soluções de tecnologia em serviços financeiros.

 

Drex: o que você viu neste artigo

 

  • Drex é a moeda digital brasileira, que promete transformar transações financeiras com segurança garantida e a possibilidade de realizar pagamentos offline.
  • O Drex é emitido pelo Banco Central do Brasil, usando tecnologia blockchain para segurança e eficiência nas transações.
  • 56% dos bancos consideram o Drex uma prioridade estratégica, demonstrando alta expectativa no mercado financeiro em relação a essa novidade.
  • Alguns benefícios para instituições e consumidores incluem: pagamentos offline, promoção da inclusão financeira e transações rápidas e seguras.
  • Para se preparar para a chegada do Drex, as empresas estão modernizando seus sistemas, integrando novas tecnologias e treinando equipes.
  • A segurança das transações, a conformidade regulatória e o desconhecimento da população sobre moedas digitais são alguns desafios da implantação da moeda digital.
  • Já as oportunidades dessa novidade incluem: fomento à inovação e colaboração, desenvolvimento de novos produtos e serviços, promoção da inclusão financeira e redução de custos operacionais.

 

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