Tendências para o mercado financeiro: 6 destaques do Tech Trends Report

Publicado em 20 mar 2023.

Tempo de leitura 12 minutos de leitura

O ano de 2023 promete ser de avanços ainda mais acelerados em pagamentos e banking. A evolução dos projetos de Open Banking, o sucesso dos meios de pagamento instantâneos e o amadurecimento das finanças descentralizadas são alguns dos temas que puxam essa evolução e guiam as tendências para o mercado financeiro.

E por que olhar para o tema das tendências para o mercado financeiro? Elas possibilitam antecipar cenários futuros em um mundo que está em constante transformação e ajudam a guiar tanto os incumbentes quanto as fintechs no desenvolvimento de soluções que estejam alinhadas às próximas iniciativas inovadoras do setor de meios de pagamentos e banking.

Aqui na Dock estamos constantemente bebendo de diversas fontes para acompanhar essas tendências e, uma delas é a futurista e pesquisadora Amy Webb, Diretora do The Future Today Institute, que faz parte da Escola de Negócios da Universidade de Nova Iorque. Todos os anos, ela apresenta o Tech Trends Report, um estudo fundamental sobre as tendências que vão moldar o futuro e que provavelmente vão redefinir as formas de atuação das empresas daqui para frente.

Recentemente, o conteúdo da 16ª edição foi divulgado no evento SXSW, apontando tendências estratégicas de tecnologia, com uma seção de insights específicos para serviços financeiros. Neste artigo, selecionamos alguns deles que têm impacto bastante significativo na América Latina. Conheça a seguir:

 

Tendências para o mercado financeiro: quais são as principais para 2023?

 

Abaixo, destacamos as seis principais tendências para o mercado financeiro destacadas pelo Tech Trends Report. Muitas delas já estão se desenvolvendo nos últimos anos — principalmente pela evolução acelerada dos players do setor à medida em que a digitalização aumenta seu alcance em toda a população —, mas encontrarão um amadurecimento maior a partir de 2023.

 

1. Open Banking

 

O Open Banking torna os dados financeiros mais acessíveis, o que ajuda a alimentar a criação de novos sistemas sem o peso de trabalhar com linguagens antigas de programação. Isso efetivamente dá aos novos players a oportunidade para projetar sistemas com base, por exemplo, em infraestruturas de processamento em tempo real.

Além disso, à medida que mais empresas desejam se conectar a mais áreas de infraestrutura bancária, outros setores conseguem trabalhar na simplificação da comunicação entre redes. Com novas tecnologias estimulando o Open Banking, o próximo passo é o Open Finance, tudo isso voltado à distribuição de serviços para toda a população.

Nesse sentido, o relatório cita empresas como a Adyen, que estão desenvolvendo plataformas através das quais os varejistas conseguem acessar uma variedade cada vez maior de novos meios de pagamento através de uma integração simples.

Por fim, há um destaque para quanto o arcabouço regulatório é importante para o avanço do Open Banking em todo o mundo. Na América Latina, o Brasil está bastante avançado: o Open Banking evoluiu para o Open Finance e já alcançou, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 17,3 milhões de consentimentos e 45 novos produtos.

México e Colômbia também já possuem regulamentação sobre o assunto, enquanto Chile, Argentina e Peru avançam na estruturação do arcabouço regulatório.

 

2. Invisible Banking

 

O Invisible Banking é, explicado de forma muita resumida, a automatização das transações financeiras efetuadas pelo usuário, para que a experiência seja mais fluida e mais amigável.

Trata-se de utilizar serviços financeiros por meio de recursos e ferramentas que já estão incorporados em nosso dia a dia, de forma que seu uso chega a passar despercebido.

A tendência é que essa experiência simplificada leve os consumidores a marcas que tornam o processo de compra o mais fácil possível. Assim, marcas e fornecedores que não atualizarem as suas tecnologias de pagamento podem acabar fazendo com que seus clientes busquem fazer negócios em outro lugar.

O Invisible Banking está diretamente conectado com o fenômeno de Embedded Finance, além de ter como base as inovações do Banking as a Service (BaaS). Isso porque esse modelo cria ambientes onde pagamentos em tempo real e outras transações financeiras são invisíveis para o consumidor.

O Tech Trends Report 2023 destaca o que nós aqui da Dock sempre defendemos: terceirizar o fornecimento da tecnologia de pagamentos e banking permite que empresas se concentrem apenas em diferenciar seus produtos e oferecer as melhores experiências possíveis aos clientes.

 

3. DeFi

 

DeFi é uma sigla em inglês para “decentralized finance”, que em português significa “finanças descentralizadas”. A definição pode ser simples, mas a noção de finanças descentralizadas é ampla.

As finanças descentralizadas têm como base a intenção de remover da equação os bancos e outras instituições de pagamento que se colocam como intermediários em praticamente todas as trocas monetárias: transações financeiras tradicionais, empréstimos, negociação de crédito, financiamentos, investimentos, criação e gestão de poupança, contratação e quitação de dívidas, entre outros.

Nesse vasto universo, temos uma relação de temas, apontados como tendências para o mercado financeiro, para ficar de olho:

 

  • Stablecoins: trata-se de criptomoedas atreladas a uma moeda fiduciária. Como o mercado cripto vem sendo abalado pela queda de valor, as stablecoins são vistas como uma ponte para construir confiança no mercado.
  • CBDCs: são moedas digitais, emitidas e regulamentadas pelo Banco Central do país emissor. Até o momento, apenas 11 países realmente lançaram um CBDC, e a maioria deles está no Caribe. Fora dessa região, a Nigéria é o único emissor de um CBDC. Existem vários pilotos em jogo também, a exemplo do Brasil que deve lançar o Real Digital em 2024.
  • Social and digital payments: cada vez mais os pagamentos baseados em chat permitem transações financeiras em redes sociais.
  • Staking: uma forma de obter renda passiva com investimentos em criptomoedas e que passa por questões polêmicas de regulação.
  • Crypto goes green: a intensidade energética do blockchain há muito tem sido alvo de críticas, o que deve trazer novas soluções.

 

Leia também | Crypto as a Service: motor para destravar as soluções financeiras com criptomoedas?

 

4. Score de Crédito com dados alternativos

 

O uso de dados alternativos na pontuação de crédito pode expandir o acesso aos serviços financeiros, promovendo a inclusão principalmente da população de desbancarizados.

Essa é uma tendência já percebida por startups do mundo todo, que ofertam o acesso a novos produtos e serviços financeiros com base em dados não convencionais.

Inovar nesse aspecto será fundamental para o futuro do acesso ao crédito, e o caminho para isso está especialmente nas tecnologias de IA e machine learning aplicadas em larga escala.

A FICO, parceira da Dock no âmbito da prevenção de fraude, já vem atuando nesse sentido e busca trabalhar a inclusão financeira do ponto de vista do ESG, no sentido social de acessar dados alternativos para fornecer um crédito de maneira mais democrática.

“Por exemplo, se a pessoa trabalha com um aplicativo de entregas, podemos entender quanto ela gera de receita e chegar a uma classificação para oferecer de maneira proativa um empréstimo com uma taxa aceitável”, explica Fabricio Ikeda, Head of Fraud Protection and Compliance for Global Partners & Alliances da FICO.

 

Para saber mais sobre o assunto, confira a entrevista completa com Fabricio Ikeda sobre prevenção à fraude e inclusão financeira:

 

5. Identidade Digital

 

A identidade digital não é necessariamente um único documento de identidade digital, mas, sim, toda e qualquer forma de documentação que permite reconhecer uma pessoa ou uma empresa via dispositivos e recursos tecnológicos.

Essa integração entre identificação e tecnologia aproxima a identidade digital do mundo de soluções em banking. Como aponta o Tech Trends Report 2023, trata-se do ponto de partida para absolutamente toda inovação relacionada ao universo das fintechs.

Mas não só isso: ela irradia além dos serviços financeiros, trazendo benefícios para setores como saúde e educação.

Além disso, é difícil imaginar como a promessa do metaverso poderia ser cumprido sem um forte ID digital em sua essência, para permitir interações virtuais verificadas.

Por fim, com um número cada vez maior de transações financeiras migrando para o mundo digital, a necessidade de verificação de identidade vem se tornando uma demanda crescente e é, sem dúvidas, uma tendência a se acompanhar.

 

Leia também | Ecossistema de parcerias no setor de pagamentos: um novo olhar sobre a estratégia de produtos e de expansão

 

6. Pagamentos Instantâneos

 

A promessa da tecnologia de pagamento instantâneos é simples: criar sistemas que permitem que o dinheiro flua de forma mais rápida e eficiente entre comprador e vendedor. Além disso, a solução tem um papel importante na inclusão financeira e na digitalização da economia.

No Brasil, o Pix, sistema de pagamentos instantâneos implementado pelo Banco Central, fechou dois anos como um grande sucesso. Foram mais de 26 bilhões de transações, o que consolidou o meio de pagamento como o mais utilizado no país desde fevereiro de 2022.

Tamanho êxito fez com que o BCB anunciasse planos de abrir os protocolos do sistema gratuitamente para todos os países que os quiserem utilizar. Colômbia, Uruguai e Peru são alguns dos mercados que têm interesse em acelerar o processo de inovação de seu sistema financeiro a partir do Pix.

Entre os países que também já colocaram na rua seu modelo de pagamentos instantâneos está o México, onde os pagamentos instantâneos são viabilizados pelo CoDi — sigla para Cobro Digital, e a Argentina, com o Transferências 3.0.

 

Se quiser acessar o Tech Trends Report 2023 na íntegra, você pode acessar o site do The Future Today Institute.

 

Acompanhar as tendências para o mercado financeiro é contribuir para que as finanças sejam mais orgânicas

 

Na Dock, acreditamos que acompanhar as tendências e buscar estar um passo à frente em relação a elas é essencial para construir um universo financeiro cada vez mais orgânico e sem amarras.

Estamos constantemente acompanhando e atualizando nossa plataforma de soluções de Banking, Cards & Credit, Acquiring e Risks para que nossos clientes possam também evoluir seus negócios junto a essas tendências, disponibilizando aos seus clientes experiências excelentes em pagamentos.

Quer saber mais sobre como fazemos isso? Assista ao nosso vídeo manifesto:

 

Resumo sobre as principais tendências para o mercado financeiro a partir do Tech Trends Report

 

  • O Tech Trends Report aponta todos os anos as principais tendências para o universo da tecnologia, incluindo insights para pagamentos e banking.
  • Entre as principais tendências para o mercado financeiro estão a evolução dos projetos de Open Banking, o sucesso dos meios de pagamento instantâneos e o amadurecimento das finanças descentralizadas.
  • As tendências para o mercado financeiro estão relacionadas à digitalização da sociedade e a busca por soluções financeiras cada vez mais integradas à vida cotidiana e orgânicas a tudo o que fazemos.
  • Na América Latina, tendências para o mercado financeiro como pagamentos instantâneos e o uso de dados alternativos no score de crédito contribuem para a inclusão financeira e a evolução dos negócios.

 

Artigos relacionados:

Quer ficar por dentro das últimas novidades no mercado de pagamentos e digital banking?

Inscreva-se na nossa newsletter mensal:

    Email enviado Inscrição realizada! OK
    Acessibilidade Handtalk
    Acessibilidade Code Equal Web