Identidade digital: uma das chaves para o novo sistema financeiro
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O termo “identidade digital” (ou digital ID, como é chamado em inglês) vem ganhando força nas conversas e projeções do mercado de pagamentos e banking, mas ainda há muitas dúvidas sobre o que de fato é uma identidade digital e como ela pode funcionar dentro da realidade brasileira.
Reconhecimento facial, autenticação biométrica, pagamentos sem fricção, moedas digitais, documentos de identificação acessados apenas pelo smartphone: até pouco tempo atrás, essas tecnologias pareciam pertencer a um futuro distante.
No entanto, recursos como a identificação digital estão se tornando cada vez mais relevantes no contexto global, especialmente com a crescente necessidade de segurança nas transações online. Essa integração entre identificação e tecnologia é fundamental em setores como o de pagamentos e banking, no qual a adoção de soluções digitais vêm permitindo que novos meios de pagamento ganhem espaço.
Além disso, o surgimento de inovações como o Open Finance e do Open Banking, sistemas abertos pensados para simplificar a movimentação e a migração de dados de clientes entre diferentes plataformas de pagamento, reforçam a necessidade das empresas do universo financeiro de inovar e oferecer serviços financeiros mais seguros e menos burocráticos
Nesse novo cenário, não há como negar a força das carteiras digitais, das criptomoedas e das soluções de pagamento ofertadas por fintechs e players não-tradicionais, que estão trazendo inovação e transferindo para o digital formas de pagamento que até pouco tempo atrás só existiam no mundo físico.
Mas, para que essa nova realidade funcione de forma mais segura e integrada, precisamos de uma solução sólida de identidade digital.
O que é identidade digital e por que é uma das chaves para o novo sistema financeiro
A identidade digital não é necessariamente um único documento de identidade digital, mas, sim, toda e qualquer forma de documentação que permite reconhecer uma pessoa ou uma empresa via dispositivos e recursos tecnológicos.
É justamente essa integração entre identificação e tecnologia que aproxima a identidade digital do mundo de soluções em banking ― afinal, esse mercado precisou se reinventar e adotar uma abordagem quase que totalmente remota impulsionado sobretudo pela pandemia, dando vez para que novos meios de pagamento digitais pudessem ganhar espaço e tração.
Com um número cada vez maior de transações financeiras migrando para o mundo digital, a necessidade de verificação e compartilhamento de dados pessoais e de identificação tornou-se uma demanda crescente.
Como indivíduos e instituições se beneficiam da Digital ID?
Uma análise da McKinsey sobre os benefícios da identidade digital apurou que os indivíduos podem usar o recurso para interagir com empresas, governos e outros sujeitos em seis funções: como consumidores, trabalhadores, microempresas, contribuintes e beneficiários, indivíduos engajados civilmente e proprietários de ativos.
Já as empresas e instituições podem usar a ferramenta como: fornecedores interagindo com consumidores; empregadores interagindo com trabalhadores; fornecedores públicos de bens e serviços interagindo com beneficiários; governos interagindo com indivíduos; e registros de ativos interagindo com proprietários de ativos individuais.
Isso posto, os quatro maiores fatores que contribuem para o valor econômico direto dessa ferramenta para os indivíduos em todo o mundo são:
- Aumento do uso de serviços financeiros;
- Melhor acesso ao emprego;
- Aumento da produtividade agrícola;
- Economia de tempo.
Para as instituições – tanto no setor público quanto no privado – a pesquisa chegou a cinco maiores fontes de valor:
- Economia de custos;
- Prevenção de fraudes;
- Aumento das vendas de bens e serviços;
- Aumento da produtividade do trabalho;
- Aumento da receita tributária.
Como a Identidade Digital fomenta a economia?
Já vimos que a Digital ID veio não só para revolucionar as transações financeiras mas para trazer outros benefícios para indivíduos, empresas e instituições. Mas qual é o impacto dessa transformação para além do individual? Ou seja, qual é o potencial dessa estrutura em termos de ganhos econômicos para a população como um todo?
De acordo com a McKinsey, países como Brasil, China e Índia podem gerar um aumento de 3% a 13% do PIB até 2030 se conseguirem implementar de fato políticas de identidade digital que cheguem a toda a população.
Isso se deve ao fato de que a ferramenta pode criar valor econômico para as nações principalmente ao permitir uma maior formalização dos fluxos econômicos, promover uma maior inclusão de indivíduos em uma variedade de serviços e permitir a digitalização adicional de interações sensíveis que exigem altos níveis de confiança.
Confirmando a tecnologia como tendência, uma pesquisa da Juniper Research, divulgada no final de 2023, prevê que o número de verificações de identidade digital ultrapassará 70 bilhões em 2024, crescendo 16% em relação ao ano anterior. Nesse cenário, a América Latina deve responder por 6% do gasto total com verificações de digital ID.
Digital ID e a evolução de pagamentos
Em um mundo tão conectado como o nosso, a identidade digital será um recurso valioso e central para a nova era de pagamentos, pois permite:
- Que pessoas físicas possam abrir contas e contratar soluções de crédito de forma prática, rápida e segura ― o que contribui para reduzir o número de desbancarizados;
- Que essas pessoas possam migrar das soluções de instituições financeiras tradicionais para soluções personalizadas oferecidas por fintechs e outros players sem precisarem passar por toda a papelada burocrática;
- Que players do setor de banking e instituições de pagamento possam oferecer serviços e produtos financeiros de adesão e autenticação completamente digital e remota.
Ainda, o conceito vem ganhando popularidade por conta da maior propensão dos clientes a compartilharem dados pessoais com instituições outras que não bancos tradicionais: é o caso das fintechs, das empresas de varejo que já estão migrando para soluções de Banking as a Service, das big techs e de outros players que oferecem soluções como conta digital.
Cenário Digital ID no Brasil e no mundo
De acordo com o Banco Mundial, cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo não possuem qualquer forma de identificação. Só no Brasil, 2,7 milhões de pessoas não têm documentos ou qualquer tipo de registro civil, aponta levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2022.
Por outro lado, o custo médio global de uma violação de dados chegou a US$ 4,88 milhões em 2024, o que representa um aumento de 10% em relação ao período anterior e o total mais alto de todos os tempos.
Já o Relatório de Identidade e Fraude 2024, do Serasa Experian, revela que 4 em cada 10 brasileiros já foram vítimas de golpes, e que 5% desses ataques correspondem à fraude de identidade, ou seja, relacionados a documentos roubados ou falsificados.
Esses dados evidenciam a necessidade de um sistema de identificação que seja abrangente e ao mesmo tempo seguro e robusto, abrindo caminho para um futuro de Open Data. Logo, não é à toa que, em todo o mundo, governos estão lançando sistemas de identidade digital.
Segundo a ID4D, organização que apoia a transformação de ecossistemas de identificação digital, 161 países já usam alguma ferramenta digital para identificar pessoas.
Nova carteira de identidade digital brasileira
No Brasil, a nova carteira de identidade digital, que começou a valer em julho de 2022, é um grande passo nesse sentido, já que considera o CPF como registro único, acessível por meio de um QR Code.
Dez milhões de brasileiros já têm a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Em termos de inclusão social, um dos benefícios é a diminuição do número de documentos necessários para acessar serviços públicos. Do ponto de vista da segurança, a identidade digital unifica o registro geral de brasileiros: caso seja emitida nova identidade em um Estado diferente, o documento já vai contar como segunda via, uma vez que estará vinculado ao número do CPF.
Dúvidas sobre a carteira digital? Veja o vídeo da TV Brasil
Pix e identidade digital
O sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central foi lançado em 2020, com o objetivo de possibilitar transações em tempo real e com tarifas reduzidas ou até zeradas.
De lá para cá, ele já trouxe algumas boas mudanças no varejo e no setor de banking, e não dá sinal de que o ritmo de inovações vai diminuir. Com os recursos mais recentes de Pix Saque e Pix Troco, é possível sacar dinheiro em espécie e realizar micropagamentos como troco após uma compra, respectivamente.
Mas por qual motivo trouxemos o tema Pix neste artigo? Ocorre que, além das funções do sistema de pagamentos serem incrivelmente úteis, elas também são um sinal de como a identidade digital já está muito mais integrada ao Pix do que nós imaginamos.
É só pensar no código QR gerado pelo app do Pix, que usamos para receber ou enviar dinheiro: esse código traz informações que identificam a pessoa ou a instituição que vai receber o dinheiro, pois apresenta nome, CNPJ e outras informações.
Nesse sentido, é como se o código já funcionasse como um tipo de documento de identidade ― só que nós o usamos como canal de pagamento.
Como a Digital ID e a tokenização revolucionam as transações financeiras
Como já mencionamos, a identidade digital está sendo essencial para a evolução do sistema financeiro, especialmente com o aumento das transações digitais. Já a tokenização substitui dados sensíveis por tokens únicos, aumentando a segurança. Integradas, essas tecnologias proporcionam transações financeiras mais seguras e eficientes, protegendo informações contra fraudes e acessos não autorizados.
A relação entre as duas tecnologias se torna ainda mais relevante no ambiente de Open Finance, onde a troca de informações entre diferentes plataformas financeiras é constante. A tokenização permite que essa troca ocorra sem comprometer a privacidade dos usuários, ao passo que a identidade digital garante que as transações sejam atribuídas corretamente às pessoas ou entidades autorizadas.
Juntas, essas ferramentas não só aprimoram a segurança e a confiança no sistema financeiro, mas também facilitam a inclusão financeira, permitindo que mais pessoas tenham acesso a serviços financeiros de forma simples e segura.
Identidade digital e prevenção de fraudes
Em que pese o crescimento de soluções para identidade digital, nem tudo é inovação. Da mesma forma que existe uma demanda pela adoção do recurso como medida de prevenção a fraudes no mercado financeiro, também existe um olhar sobre a existência de riscos associados à tecnologia.
Nesse sentido, as soluções ainda podem enfrentar alguns desafios no que diz respeito à segurança. Idealmente, elas devem:
- proteger os dados e a privacidade dos usuários;
- proteger o sistema de pagamentos contra lavagem de dinheiro e outros crimes;
- evitar a disseminação de fraudes.
Como as soluções de autenticação biométrica fortalecem a identidade digital
As soluções de autenticação biométrica são a chave para fortalecer a identidade digital, garantindo que cada usuário seja devidamente verificado e protegido. Ao integrar essas soluções aos serviços financeiros, seu negócio fortalece os níveis de segurança contra fraudes de identidade e reduz prejuízos financeiros.
Elimine etapas burocráticas do seu processo de onboarding com a solução de autenticação biométrica da Dock e explore recursos relevantes para o seu negócio:
- Tecnologia Liveness 3D, processo interativo que verifica se o usuário é quem ele diz ser, ao vivo, no momento da autenticação;
- Conjunto digital de informações pessoais extraídas e comparadas por tecnologia de Inteligência Artificial;
- Redução de recusa de usuários legítimos;
- Facilidade para os usuários utilizarem o reconhecimento facial;
- Análise temporal de imagens por meio de múltiplos frames com o SmartFrame.
Além disso, a solução de Autenticação Biométrica da Dock, oferece duas jornadas distintas de uso:
Autenticação de novos clientes: score de autenticação
- Assertividade: autenticação de 80% das pessoas na primeira tentativa;
- Aumento de conversão: reduz em até 10% a possibilidade de desistência de compra;
- Menor custo operacional: 98% das análises feitas de forma automática;
- Redução de fraudes de identidade: em média uma fraude barrada a cada sete segundos.
Autenticação de seus clientes: token biométrico
- Experiência fluida do usuário com agilidade na autenticação da identidade;
- Menos burocracia e mais eficiência e fluidez sem a necessidade de senhas;
- Previne e bloqueia tentativa de fraudes de identidade em processos recorrentes comparando a selfie em tempo real com a foto de cadastro;
- Otimiza processos recorrentes (pagamentos, logins, troca de senha, troca de titularidade, transações, etc).
Com a Dock, a sua empresa pode oferecer uma experiência de onboarding diferenciada, reduzir perdas financeiras e melhorar a confiança dos clientes. Fale com o nosso time para saber mais!
Identidade digital: para onde vamos?
Atualmente, as soluções de Digital ID ainda são bastante pontuais: a grande maioria delas é construída independentemente dentro de uma instituição ou iniciativa e opera apenas dentro daquele único ecossistema, o que significa que não são integradas aos bancos de dados de outras instituições.
Em outras palavras: são soluções que ainda não estão integradas ao mundo do Open Finance e não podem ser utilizadas dentro do ecossistema de pagamentos. Para que a ferramenta de identificação digital possa de fato funcionar como uma infraestrutura completa e integrada, é necessário um ambiente de interoperabilidade total.
Em uma realidade de interoperabilidade, as soluções de identidade digital serão capazes de oferecer:
- Controle individual, pois cada pessoa vai poder gerir e atualizar seus próprios dados sem burocracia;
- Inclusão financeira, já que será cada vez mais fácil e prático abrir contas digitais, contratar soluções em banking e migrar de uma instituição para outra;
- Segurança e conveniência para clientes e players, já que tudo poderá ser feito de maneira remota. Isso reduz os custos operacionais e facilita a vida de todos os envolvidos.
FAQ: as principais perguntas sobre Digital ID
Quais as principais formas de ser identificado digitalmente?
Para comprovar a identidade digital as opções mais conhecidas incluem certificados digitais, leitura biométrica, reconhecimento facial e outras.
Qual a diferença entre identidade digital e certificado digital?
A certificação digital é uma espécie de RG Digital, por isso é utilizada justamente para atestar a identidade de uma pessoa ou empresa. É comum confundir esses termos também com a assinatura digital, que é uma ferramenta utilizada para autenticar a segurança dos dados enviados.
É obrigatório fazer a nova carteira de identidade digital?
Não é obrigatório, mas a partir de fevereiro de 2032 os atuais RGs perderão sua validade. Pessoas maiores de 60 anos permanecem com o documento com validade indeterminada.
Identidade digital: o que você viu neste artigo?
- Identidade digital é um termo que se refere a toda e qualquer forma de documentação usada para reconhecer uma pessoa ou uma empresa via dispositivos e recursos tecnológicos.
- Com um número cada vez maior de transações financeiras migrando para o mundo digital, a necessidade de verificação e compartilhamento de dados pessoais e de identificação é uma demanda crescente.
- A noção de Digital ID vem ganhando popularidade por conta da maior propensão dos usuários a compartilharem dados pessoais com instituições outras que não bancos tradicionais.
- A adoção de um sistema de identidade digital representa benefícios para indivíduos, empresas e instituições, além de fomentar a economia dos países.
- Governos em todo o mundo hoje investem em sistemas de identidade digital. No Brasil, por exemplo, a nova carteira de identidade digital promete avanços do ponto de vista da inclusão social e também da segurança de dados.
- Atualmente, as soluções de identidade digital ainda são bastante pontuais, pois não são integradas aos bancos de dados de outras instituições.
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