Dock lança 2ª edição de estudo com panorama de pagamentos e serviços financeiros na América Latina | Terras de oportunidades
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A Latam é uma região marcada por contrastes e diversidade, características que refletem em mercados dinâmicos e criativos. A região é um campo fértil para a transformação, e no setor de serviços financeiros não seria diferente. O panorama de pagamentos e serviços financeiros na América Latina retratado pelo estudo “Terras de oportunidades 2ª edição” mostra em detalhes as nuances da revolução que está acontecendo no território.
Dois anos após a 1ª edição do material, a equipe de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Dock volta a se debruçar sobre o cenário dos países latino-americanos. O objetivo é compreender e mapear as dinâmicas que definem e norteiam os meios de pagamentos e os serviços financeiros na região. Mas, desta vez, com uma abordagem ainda mais ampla e detalhada.
No “Terras de oportunidades 2ª edição – O poder financeiro da América Latina”, são analisados os principais mercados do território – Brasil, México, Colômbia, Chile, Argentina e Peru. Esses países reúnem os maiores PIBs (Produto Interno Bruto) da região e se destacam por sua diversidade cultural, socioeconômica e política.
A nova edição do estudo reafirma o compromisso da Dock em oferecer insights valiosos para quem busca compreender o panorama de pagamentos e serviços financeiros da América Latina e desvendar as oportunidades que esse “universo financeiro de possibilidades” oferece.
Panorama de pagamentos e serviços financeiros na América Latina
Na parte inicial da nova versão do material, a equipe da Dock faz um raio X completo do panorama de pagamentos e serviços financeiros na América Latina. A análise parte de tópicos como o comportamento de consumo e o uso dos meios de pagamento entre os latino-americanos, o crescimento do e-commerce e a evolução da digitalização e da bancarização na região.
Nesse aspecto, nota-se que os hábitos dos consumidores refletem a transformação impulsionada pela digitalização, pelos desafios econômicos e pela inovação nos meios de pagamento. É fato que, embora o dinheiro físico seja ainda muito relevante em alguns países, os cartões, pagamentos instantâneos e carteiras digitais passam a dividir cada vez mais espaço com esse método de pagamento.
O e-commerce tem sido um dos propulsores das mudanças no comportamento de consumo e da adoção de pagamentos digitais. O comércio online é impulsionado por fatores como digitalização acelerada, parcelamento e crédito, inclusão e inovação e diversificação de meios de pagamento.
O estudo também demonstra como a LatAm está avançada no quesito digitalização em relação à média global: cerca de 85% da população tem acesso à Internet. No entanto, a desigualdade digital é uma realidade e reflete as disparidades econômicas e sociais não só do Brasil, mas também de outros países.
Quanto à bancarização, 71% dos adultos latino-americanos possuem conta bancária, índice ainda abaixo de regiões mais desenvolvidas. Já no que se refere ao acesso ao crédito, os países também ainda enfrentam alguns desafios e o mercado se mostra bastante promissor, principalmente para fintechs que utilizam processos de aprovação menos tradicionais.
Além disso, o estudo também descreve o estágio de desenvolvimento de cada país em relação aos sistemas de pagamentos instantâneos, ao Open Finance e às moedas digitais dos bancos centrais (CBDC). O destaque é para o Brasil, que tem o Pix como sucesso absoluto, o Open Finance em plena operação e o Drex em projeto piloto.
Fenômenos em destaque na América Latina
Além do panorama de pagamentos e serviços financeiros na América Latina dessa parte inicial, o Terras de oportunidades 2ª ed. também lança luz sobre três fenômenos que desempenham papéis cruciais na atual revolução desse mercado.
O Embedded Finance está em rápida expansão pela região e tem possibilitado que a democratização financeira avance por meios não tradicionais. O setor deve crescer a uma taxa anual composta (CAGR) de 28,6% entre 2024 e 2029, com receitas aumentando de US$ 9.81 bilhões em 2024 para US$ 34.50 bilhões em 2029.
À medida que esse mercado evolui, a hiperpersonalização emerge como um próximo passo natural nessa jornada, sendo uma das chaves para desbloquear o potencial desse universo financeiro. Em um território caracterizado pela diversidade econômica e social, criar soluções verdadeiramente alinhadas às necessidades individuais permite torná-las mais inclusivas, eficientes e centradas no cliente.
Por fim, a LatAm enfrenta um cenário desafiador em relação às fraudes, que geram prejuízos financeiros e danos à credibilidade das organizações. Estima-se que a perda com fraudes na região seja de US$ 130 bilhões ao ano. A inteligência artificial é estratégica na prevenção desses crimes e uma grande aliada dos países latino-americanos, impulsionando não apenas o setor financeiro, mas também o e-commerce e o varejo.
Terras de oportunidades: destaques e tendências de cada país
A parte principal do estudo realizado pela equipe de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Dock é dedicada a uma análise aprofundada de cada um dos seis países em questão. Confira alguns dos destaques:
Brasil
- O Pix, que se tornou o meio de pagamento mais popular entre os brasileiros, é hoje o principal motor da inclusão financeira e da digitalização no país. O sistema de pagamentos instantâneos já tem mais de 157 milhões de usuários e 74% de adoção. Com uma agenda contínua de inovações, ele segue evoluindo e ampliando o seu impacto econômico e social.
- Os pagamentos por aproximação representaram 61,1% dos pagamentos com cartão no primeiro semestre de 2024. Seguindo essa tendência, o Banco Central está prestes a lançar de modo amplo o Pix por Aproximação, visando alinhar a experiência do usuário do Pix à praticidade dos cartões.
- O Open Finance já está em plena operação e mais de 900 instituições já aderiram. No entanto, um desafio a ser superado é a baixa adesão da população.
- O acesso ao crédito ainda é bastante restrito no país, principalmente entre brasileiros de baixa renda. Fintechs e empresas de tecnologia podem mudar o cenário ao oferecer crédito de forma mais personalizada, justa, inclusiva e eficaz.
- Se tudo sair como o esperado, o Drex, que está em fase de testes, será a primeira moeda digital lançada na América Latina e a primeira do mundo 100% baseada em Digital Ledger Technology.
México
- Mais da metade da população não possui contas bancárias e cerca de 38% dos pagamentos em lojas físicas são em dinheiro. Contudo, a expectativa é que, aos poucos e com os devidos incentivos, meios de pagamentos digitais sejam mais utilizados e a dependência por dinheiro diminua.
- O Banco Central do México lançou um novo esquema de pagamentos instantâneos que demonstra potencial para alavancar de vez os pagamentos em tempo real no país. Agora é preciso que instituições financeiras e comerciantes embarquem nessa nova modalidade.
- O e-commerce do país tem a 2ª taxa de projeção de crescimento anual mais alta da América Latina: 33% entre 2023 e 2026.
- As fintechs desempenham um papel relevante no processo de bancarização e digitalização do país, mas ainda faltam soluções financeiras destinadas a pessoas ou empresas com um ou nenhum produto bancário.
- O México é o 2º maior destinatário de remessas do mundo, somando US$ 66,2 bilhões recebidos em 2023.
Colômbia
- O BRE-B é a principal aposta dos colombianos para 2025. Com o novo sistema de pagamentos instantâneos, o Banco Central da Colômbia espera tornar-se referência em pagamentos instantâneos na América Latina.
- A Colômbia figura em 4• lugar entre os países mais inovadores da América Latina, com um dos maiores saltos da região – subiu da posição 66• para a 61• a nível global.
- Há uma tendência geral de desaceleração da concessão de crédito na Colômbia, exceto para o crédito de consumo. Essa redução está associada à política monetária restritiva, com aumentos sucessivos da taxa de juros. Porém, existem oportunidades para meios alternativos como o Buy now, Pay Later (BNPL).
Peru
- O dinheiro em espécie continua sendo o método de pagamento mais usado pelos peruanos, respondendo por 35% das transações nos pontos de venda físico e por cerca de 15% nas vendas do e-commerce.
- O Yape, criado pelo Banco de Crédito del Perú em 2016, e o PLIN, iniciativa dos bancos BBVA, Interbank e Scotiabank, lançado em 2020, são as duas carteiras digitais mais populares e responsáveis pela adoção e crescimento dos pagamentos instantâneos no país.
- Em 2022, o Banco Central da Reserva do Peru determinou a interoperabilidade obrigatória de todas as carteiras digitais e pagamentos móveis que operam no país.
- Mais de 40% da população ainda é desbancarizada, mas os pagamentos por QR code e aproximação estão impulsionando a digitalização no país.
Argentina
- O e-commerce cresceu 248% no primeiro semestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, contribuindo no último ano com cerca de 4% do PIB do país. Além de outros fatores, o crescimento tem relação com a busca dos argentinos por alternativas para enfrentar a alta dos preços provocada pela inflação.
- Por meio da incorporação de novas tecnologias que permitem uma gestão mais eficiente do risco de crédito, as fintechs já permitiram o acesso ao crédito para mais de 5,65 milhões de pessoas anteriormente excluídas do sistema financeiro.
- O Transfers 3.0 e demais meios de pagamento instantâneo já respondem por 36,6% de todas as transações realizadas na Argentina, com crescimento estimado de 24,4% até 2028.
Chile
- O Chile possui uma das menores taxas de desbancarização da América Latina. Segundo dados de 2021 do Banco Mundial, apenas 3% da população adulta não tinha contas bancárias.
- O cartão de débito é o meio de pagamento mais utilizado pelos chilenos, sendo preferido tanto em lojas físicas quanto no comércio eletrônico.
- Para o Banco Central do Chile, a criação da Cámara de Compensación de Pagos de Bajo Valor marca o início de um verdadeiro sistema de pagamentos em tempo real no país, devido a características como agilidade, eficiência, redução de riscos entre instituições financeiras e promoção de segurança e interoperabilidade.
- No início de 2023, foi promulgada a Lei Fintech no Chile, um marco regulatório inovador que visa modernizar e dinamizar o mercado financeiro, promovendo inclusão, inovação e competitividade. Entre suas principais inovações, destaca-se a introdução de um Sistema de Finanças Abertas.
Uma revolução que está apenas começando
Percorrer novamente o panorama de pagamentos e serviços financeiros na América Latina dois anos após a primeira edição do Terras de oportunidades possibilita uma visão atualizada da transformação pela qual a região vem passando.
Com a nova análise, fica evidente que já ocorreu uma importante evolução em termos de avanços tecnológicos, digitalização e inclusão financeira. Contudo, em mercados que apresentam persistentes desigualdades, ainda há muito por fazer para alcançar a democratização financeira – e também muitas oportunidades para participar ativamente dessa revolução.
Acesse o Terra de Oportunidades 2ª ed. na íntegra
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